Maria: descanso de Deus

Editorial do Boletim Salesiano n.º 563 de Julho/Agosto de 2017.

O descanso que todos desejamos acontece quase sempre depois de tarefas a desempenhar, desafios a enfrentar, respostas a dar que por sua vez suscitam outras perguntas e descobertas para continuar a percorrer os caminhos que nos levam à meta que, num horizonte mais ou menos longínquo, se almeja.

A nossa vida é assim, faz-se de opções, compromissos e avaliações do trabalho realizado. Então, de vez em quando, lá surgem tempos em que é possível e necessário descansar das tarefas e ocupações.

O descanso é uma coisa boa. Faz-nos ter o tempo necessário para aquilo que antes não tínhamos, como por exemplo, dormir um pouco mais, rezar, ler, falar e ouvir calmamente, visitar e conviver com os amigos sem pressa e numa atmosfera de serenidade e sem stresse. O descanso descomprime e é uma excelente ocasião para recuperar forças.

O descanso é tão importante que o livro dos Génesis, aquando da criação terminada, diz que “Deus descansou, no sétimo dia, de todo o trabalho por Ele realizado” (Gn 2,2) e ainda, “Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa” (Gn 1, 31). Concluímos, portanto, que merece descanso pelo trabalho realizado quem fez obra muito boa.

De facto, Deus descansou depois da obra da criação. E a tarefa da Redenção? Quanto tempo Deus trabalhou no coração dos homens e da humanidade inteira para criar as condições favoráveis a tal acontecimento salvador?

No coração de Maria Deus descansou. Encontrou a criatura ideal para ser mãe e acolher o Filho de Deus. Maria imagem da Humanidade redimida em atenção aos méritos de seu Filho Jesus, colaborou humildemente no mistério da Redenção desde a conceção virginal do Verbo de Deus até à sua coroação como Rainha dos anjos e dos santos no seio da Trindade.

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Em Maria Deus descansou verdadeiramente. Em Fátima o Papa exclamou: “Temos Mãe”. “Confiai em Maria Auxiliadora e vereis o que são milagres”, é o convite que Dom Bosco faz considerando Maria como Mãe, Mestra e Guia da Família Salesiana.

“Temos Mãe”, portanto. No regaço desta boa Mãe, podemos descansar. 

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