República Democrática do Congo: Educar as jovens para serem líderes hoje e amanhã

Este ano a Escola de Ofícios Tuwe Wafundi, animada pelos Salesianos, acolheu 21 meninas e jovens, entre 151 alunos, que pediram para aprender um ofício tradicionalmente reservado a rapazes: pedreiro, carpinteiro, mecânico e soldador.

Há depois também as jovens e mulheres empregadas entre o pessoal e as Salesianas Cooperadoras que colaboram na missão. Há, portanto, um discreto número de mulheres que, cada vez mais e com todo o direito, pretendem celebrar serem mulheres com uma contribuição que, nessa condição, podem dar em todas as áreas da vida social. Neste sentido, os Salesianos nada mais fazem senão encorajá-las nesse percurso de consciencialização e reconhecimento.

A todas elas, no passado mês de março dedicado à mulher, foi-lhes oferecido um sábado de celebrações. O dia iniciava na Santa Missa, seguida por uma conferência feita pela Sra. Marie Claire, uma mulher empresária, responsável por uma oficina de marcenaria e, por último, contava-se sempre com algum evento cultural, mais um almoço festivo.

Para as alunas da Tuwe Wafundi a conversa com a Sra. Marie Claire foi iluminadora. “Baseada nas suas experiências pessoais, disse-nos que, para viver e ser mulher líder, há que seguir alguns princípios ou normas que nos impomos a nós mesmas”, testemunhou a jovem Irène Nabintu, aprendiz de Mecânica de Automóveis. Ei-los:

  • Evitar viver sempre à espera da ajuda dos outros;
  • A igualdade impõe-nos trabalhar muito e demonstrar que, se o quisermos realmente, também podemos dar conta das tarefas sozinhas;
  • Amar o nosso trabalho; o próprio ofício: se alguém ama realmente a sua vocação, o seu trabalho, obterá sucesso também quando o vento não sopra a favor;
  • Rezar: é Deus quem consola e dá confiança ao longo da caminhada do trabalho;
  • Fazer tudo no tempo previsto e não ter inveja daquilo que não temos.
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A Sra. Marie Claire, casada e mãe de nove filhos, todos criados e educados graças ao seu trabalho, também encorajou as jovens presentes a continuar a formação porque para “qualificar-se como os rapazes, é necessário inteligência, força, vontade e trabalhar com coragem. Sem faltar ao respeito aos homens, podemos fazer-nos aceitar como verdadeiras mulheres líderes” – acrescentou a Sra. Marie Claire.

No tempo para perguntas e respostas, foram sublinhados também os valores da honestidade que, no mundo do trabalho, sempre nos recompensa, mas também da paciência porque “uma mulher torna-se líder pouco a pouco”. E para as jovens que gostariam de trabalhar mas cujos namorados se opõem a essa opção, a oradora disse claramente: “Se alguém ama uma pessoa, amará também tudo quanto esta é, vive e faz”.

“Até pouco tempo, as meninas da escola Tuwe Wafundi estavam na rua, sem um diploma, sem emprego, sem futuro. Dom Bosco oferece-lhes a possibilidade de encontrarem um lugar na sociedade e, por que não?, tornarem-se um dia verdadeiras mulheres líderes”, comentou o Pe. Piero Gavioli, Diretor da Obra Salesiana em Bukavu.

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