André Beltrami nasceu em Omegna, em Itália, a 24 de junho de 1870. A frequência dos sacramentos, unida a uma vontade firme, fizeram dele um rapaz estimado por todos, e com uma vocação autêntica.
De temperamento vivo e vontade firme, Beltrami entrou no colégio salesiano de Lanzo aos 13 anos, onde permaneceu durante três anos, o que lhe permitiu concluir, com ótimos resultados, os estudos clássicos. Ali, encontrou resposta a algumas das suas aspirações profundas, bem como um caminho espiritual sério, uma forte experiência sacramental e um agradável ambiente de família – todos sinais de uma autêntica vocação. Depois de um longo diálogo com D. Bosco, Beltrami decidiu-se pela vida salesiana.
Embora profundamente cristãos, os pais encontraram alguma dificuldade em aceitar que André se tornasse salesiano. Contudo, prevaleceu a fé e, ao acompanhar o filho aos Salesianos de Foglizzo, a mãe recomendou ao mestre dos noviços: “Faça dele um Santo”.
André Beltrami iniciou, em 1886, o noviciado, tendo recebido das mãos de D. Bosco a sua batina e, mais tarde, a 2 de outubro de 1887, fez a sua profissão religiosa.
Iniciou, depois, uma estreita convivência com o príncipe polaco, Augusto Czartoryski – hoje bem-aventurado –, que também havia entrado para a Congregação, mas que adoeceu com tuberculose. Rapidamente se desenvolveu uma profunda amizade espiritual entre os dois. Augusto robusteceu a fé de André, ensinou-o a sofrer por amor e a optar por uma espiritualidade oblativa e reparadora, que se tornará a característica específica de Beltrami. Mais tarde, e talvez pela proximidade entre os dois, também André adoecerá com tuberculose.
Beltrami foi enviado para Foglizzo para viver com os noviços. Aí, o seu volume de trabalho tornou-se verdadeiramente elevado: professor de italiano e de latim de 80 clérigos, estudante de teologia, e estudante na Faculdade de Letras e de Filosofia na Universidade de Turim, foi neste período que desenvolveu a doença que, mais tarde, o levaria à morte.
Com receio de que a sua saúde não lhe permitisse tornar-se sacerdote, os seus superiores apressaram a sua preparação e a 8 de janeiro de 1893, André Beltrami foi ordenado sacerdote, nos aposentos de D. Bosco, por Dom João Cagliero – primeiro bispo e cardeal salesiano.
Nos cinco anos que se seguiram, o Pe. André Beltrami amadureceu a sua santidade, graças a uma doença aceite, amada e oferecida.
Nos anos que lhe restaram de vida escreveu alguns opúsculos ascéticos muito apreciados, mas, dedicou-se, sobretudo, à elaboração de biografias de vários Santos. Descobriu, verdadeiramente, a vocação de escritor e realizava-a com gosto.
Morreu, vítima da doença, a 30 de dezembro de 1897.
O Pe. Beltrami lançou à Família Salesiana a difícil mensagem de um sofrimento redentor, um sofrimento que pode tornar-se misteriosamente gozoso em proporção do amor com que se aceita.