Ucrânia: Testemunhos de Esperança

Os Salesianos em todo o mundo têm-se unido em torno da ajuda humanitária que a guerra na Ucrânia está a originar. Quase todos os dias chegam até nós os relatos daqueles que estão no terreno a trabalhar e daqueles que estão a ser obrigados a mudar de vida e a fugir das suas casas. Além disto, todas as ajudas monetárias e de bens têm sido contabilizadas e partilhadas com todos os benfeitores do mundo salesiano

Uganda: Refugiados rezam por refugiados

Os colaboradores do Grupo Missionário Salesiano do Campo de Refugiados de Palabek, no Uganda, reuniram-se para refletir e rezar pela paz na Ucrânia.  «No campo de refugiados, gostaríamos de expressar a nossa solidariedade e proximidade com todos os refugiados. Por favor, perdoem-nos por não podermos enviar-lhes nada; mas hoje nos reunimos para rezar por todos e pela “Paz em todo o mundo”.», diz o comunicado enviado pelo grupo. No texto lembram que também eles sabem o que significa ser refugiado. Ainda hoje, mais de 10 anos após a independência, muitos são os refugiados do Sul do Sudão que continuam a chegar ao campo de Palabek.

Polónia: A educação é mais forte do que as bombas

“A melhor coisa que podemos fazer para manter a nossa mente longe da guerra é manter-nos ocupados”, diz a mãe de Yarina. “Comecei a procurar um emprego em Varsóvia e a minha filha tem diariamente aulas online na escola na Ucrânia para tentar manter tudo tão normal quanto possível”.

Yarina tem 16 anos de idade e deixou Lviv com a mãe no dia em que a guerra começou. Admite que gosta de biologia, embora ainda não tenha a certeza do que vai estudar quando a guerra acabar. Ela tem sete horas de aulas por dia e é hora de verificar o smartphone para ver os seus 30 colegas de turma. “Alguns estão em Itália, outros em França e em Espanha, mas a maioria de nós está na Polónia”, conta. Yarina e os colegas aguardam pela aula de Educação Física para conversar sobre o que estão a viver nos diferentes locais. “Sabemos que a guerra vai acabar um dia, e esperamos que acabe muito brevemente”, disse. Todos eles querem voltar à Ucrânia novamente para junto das suas famílias.

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Quando o alarme de ataque aéreo soa… na Polónia

A Kilina tem três filhos, duas meninas e um menino, e às vezes ela não sabe como entretê-los. O telemóvel nestes casos é sempre uma ajuda recorrente. O tempo tem que ser dividido: vídeos do YouTube para o seu filho mais velho, aplicações de jogos para o filho do meio e os desenhos animados para o mais novo.

A foto do perfil do WhatsApp da Kilina mostra toda a família com uma árvore de Natal ao fundo, todos vestidos a rigor. “É difícil acreditar que dois meses depois daquela foto, estamos assim”. Ali tínhamos tudo, e éramos uma família normal, mas aqui, embora estejamos gratos pela ajuda de todos, às vezes sentimos que estamos até mal vestidos”.

A poucos metros do Oratório São João Bosco, enquanto Kilina conversa com outras mães ucranianas, a filha mais velha mostra o telemóvel para os amigos. De repente, o telemóvel começa a tocar. A filha mais velha corre para entregá-lo à mãe. Quando toca o alarme de ataque aéreo em Lviv, Kilina também recebe o alerta. “Então eu ligo rapidamente para os meus familiares para saber se estão bem e ter a certeza de que vão para a cave de casa para ficarem mais seguros”, explica. “Sentimo-nos seguros e protegidos, mas vivemos 24 horas por dia preocupados com as nossas famílias e o nosso país”.

Polónia: Trabalhar para manter a alma feliz

As famílias hospedadas nos Salesianos na Polónia estão a organizar-se e a trabalhar em conjunto para tornar os seus dias mais ocupados. Eles sentem-se mais independentes, com o seu próprio refeitório, lavandaria, salas de jogos, visitas médicas e medicamentos, computadores. Os Salesianos estão sempre à disposição para ajudá-los com o que precisarem.

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Os refugiados dividem tarefas para limpar as áreas comuns, colocar e limpar a mesa, cozinhar pratos típicos ucranianos para todos e também participam nas atividades religiosas com as comunidades salesianas. “É a única maneira de lhes agradecer por tudo o que estão a fazer por nós”, diz Olga, que chegou a Cracóvia há quinze dias com os seus três filhos.

Os Salesianos têm mais de 40 oratórios na Polónia e preparam-se para oferecer trabalho às mães para que elas possam cuidar delas e das crianças que participam nas atividades salesianas. Olga é clara: “Eu quero começar a trabalhar. Dar o melhor de mim mesma permite-me manter o coração feliz, a mente ocupada e que me sinta útil aos outros”.

Podem contribuir

Os Salesianos em Portugal, através da plataforma Missão Dom Bosco – Fundo Solidário Salesiano, decidiram concentrar toda a sua ajuda na recolha e envio de donativos monetários.

Contudo, outras províncias Salesianas estão a doar bens essenciais, nomeadamente, alimentos e medicamentos. Até ao momento foram angariados em todo o mundo salesiano mais de um milhão de euros para a Ucrânia.

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