Maksim Ryabukha, 42 anos, natural de Lviv, foi escolhido pelo Sínodo dos Bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana para Bispo Auxiliar do Arcebispado de Donetsk, no leste da Ucrânia.
O anúncio foi feito no dia 19 de setembro pela Sala de Imprensa da Santa Sé. O Sínodo dos Bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana elegeu o Padre Maksim Ryabukha, Salesiano de Dom Bosco, como Bispo Auxiliar do Arcebispado de Donetsk. O Papa Francisco deu o seu consentimento, designando-lhe a sede titular de Stefaniaco. A ordenação episcopal será no dia 22 de dezembro, em Kyiv, na Catedral da Ressurreição de Jesus.
Maksim Ryabukha, 42 anos, natural de Lviv, foi escolhido pelo Sínodo dos Bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana para Bispo Auxiliar do Arcebispado de Donetsk, no leste da Ucrânia. É formado em Gestão de Recursos Humanos, e tem dois mestrados, em Administração Escolar e Pedagogia Social. Para além de vários cargos externos, ao serviço da Congregação foi Diretor dos Oratórios das comunidades de Lviv (2007-2010) e Vynnyky (2010-2011), e Diretor e Ecónomo em Dnipro (2014-2015). Era desde 2018 o Diretor e Ecónomo da casa de Kyiv. Também foi Delegado Nacional para a Pastoral da Juventude para a então Circunscrição Oriental (2009-2012), e Delegado para a Formação e Vigário (2018-2021), Delegado para a Pastoral Vocacional e Família Salesiana (2020-2021) para a Visitadoria “Maria Auxiliadora” da Ucrânia Católica Grega.
Dentro de pouco mais de um mês, o salesiano Maksim Ryabukha tornar-se-á Bispo Auxiliar do Arcebispado de Donetsk, uma diocese com vários territórios ocupados, nos quais não poderá entrar. No entanto, garante o salesiano, “onde tudo desmorona e é bombardeado, nós trazemos esperança e a luz de Cristo”. “Não consigo ver todo o meu povo. Mas carrego-os no meu coração e apoio-os com a oração”, reforça.
O momento atual é de sofrimento. “O luto pela morte de familiares e amigos, a destruição sofrida pelo país, o drama dos refugiados forçados a abandonar as suas casas são acompanhados por dores espirituais que se experimenta quando se toca no mal com as próprias mãos. Será preciso paciência antes que todas estas feridas sejam curadas, mas estou convencido de que a Providência nos ajudará”.
O novo Bispo conhece o leste do país. “E sempre a carreguei no meu coração”, confessa. Viveu dois anos na casa salesiana em Dnipro; encontrou-se muitas vezes com jovens; organizou os “campos para os rapazes em guerra” em Donetsk e Lugansk. Vai viver em Zaporizhzhia, na reitoria de uma paróquia que ele descreve como “sede temporária”. “Estou emocionado com o sentimento de solidariedade que brotou durante o conflito. Todos estão prontos para ajudar: por exemplo, acolher pessoas deslocadas ou partilhar o pouco que têm. Isto mostra como a fraternidade é mais forte do que a provação que a Ucrânia está a enfrentar”.
Sobre o futuro, afirma ter esperança na paz. “Enquanto as bombas caem sobre as nossas cidades, é difícil falar de reconciliação. Mas chegará um momento em que seremos capazes de atravessar novamente as fronteiras um do outro. E o que teremos de reconstruir não serão apenas muros, mas sobretudo a dignidade humana, que os regimes totalitários sempre pisaram e exploraram”. “A morte nunca tem a última palavra e a injustiça humana está destinada a desaparecer”, lembra.
Numa entrevista concedida ao Vatican News comentou a sua nomeação: “Na realidade sempre fui um sacerdote no meio dos jovens, um sacerdote das periferias, e não pensei em coisas maiores como o serviço episcopal; por isso, agora no meu coração confio-me a Deus: se Ele fez esta escolha e se Ele vê possível o que aos meus olhos é impossível, que Ele me guie”.
A jornalista Gabriella Ceraso questiona como será a primeira oração como bispo com a sua nova comunidade. “Rezarei pela paz e alegria nos nossos corações, porque este é o sinal da presença de Deus acompanhando o seu povo na sua viagem. A paz é algo que todos procuramos, e com paz acredito que o povo será capaz de redescobrir essa alegria de coração que ainda hoje é muito difícil de manifestar. Mas tendo Deus ao seu lado, nada é impossível”, respondeu o novo Bispo de Donetsk.