Um testemunho de fé: Visitação

Na última edição da Seara, a newsletter semanal dos Salesianos de Lisboa, foi publicado um testemunho de fé de uma mãe e catequista dos Salesianos de Lisboa.

«Último dia de catequese.

Último dia do mês de Maio.

Último dia do mês de Maria.

Dia da visitação de Nossa Senhora!

Queria alguma coisa de especial para este dia… que marcasse o dia, mas que também perdurasse no tempo e na vida das crianças da minha catequese.

Acabados de vir de Fátima, onde rezámos o terço na Capelinha das Aparições, e ainda imbuídos da vontade de sermos como os Pastorinhos, e entregarmo-nos a Deus, como Nossa Senhora nos pediu, lembrei-me… porque não fazer uma “visita” ao Mosteiro das Irmãs Clarissas, aqui bem perto do colégio, na Estrela, e onde a Jacinta viveu um tempo da sua vida?

A ideia era boa, a adesão foi total!

Na companhia da Rita Santos, da Pastoral, rumei com 12 crianças pelas ruas de Campo de Ourique até ao Mosteiro! No caminho muita animação e muita alegria!

À chegada ao Mosteiro tivemos a Irmã Rita de Assis a acolher-nos, e quase espontaneamente 12 meninos a cantar “Se tu gostas das Clarissas bate palmas, se tu gostas das Clarissas bate palmas! Se tu gostas das Clarissas, a tua vida é uma alegria, se tu gostas das Clarissas bate palmas!”. E muitas palmas foram dadas!

Subimos, então, ao quarto da Jacinta! Apenas uma cama e uma cadeira nos esperavam!

“A Jacinta dormiu ali?” “Podemos sentar-nos na cadeira?”

As perguntas e a curiosidade eram muitas, e a Irmã Rita de Assis tudo explicou: sim, é a cama onde a Jacinta Marto dormiu, e é a cadeira onde a Jacinta viu Nossa Senhora sentada, e onde ouviu novamente a pergunta: Queres entregar-te a Deus? Sim, quero!

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Depois das explicações da Irmã Rita de Assis, resolvi contar aos meninos o que me levou a “visitar” as Irmãs Clarissas há muitos anos atrás. Sentados no chão, ali, naquele quarto, contei-lhes o que tantas vezes ali repeti como pedido a Nossa Senhora:

Quando casei com o meu marido, queria muito que Jesus me desse logo um bebé. Tal não aconteceu, e o tempo foi passando e eu sem perceber o que estava a acontecer.

Um dia recebemos uma notícia devastadora: vocês nunca poderão ter filhos! Ficámos ambos em choque! Sabia que era uma notícia horrível, mas também sabia que amava o meu marido e que acima de tudo queria ser feliz! E começámos o nosso calvário!

Um dia passei à frente do Mosteiro e resolvi entrar para rezar! Voltei no dia seguinte. E no outro. E ainda no outro. E comecei a ir rezar à capela das Irmãs todos os dias. Mas não bastava… precisava de mais! E fui falar com a Madre Maria José, que até então era uma desconhecida para mim. Contei-lhe o que se passava, e esta, como mãe, reconfortou-me: Descanse! Nós vamos rezar por si! E lembre-se: a Deus nada é impossível!

Comecei a falar semanalmente com a Madre, e todos os dias rezava com as Irmãs, e as nossas vidas acabaram por se aproximar! E nos momentos mais dolorosos, ou de maior esperança, lá estava a Madre Maria José a embalar-me nos seus braços!

Até que um dia, anos passados, a Madre me disse: A Sofia descanse que ainda vai ser mãe! E vou fazer-lhe um pedido: que dê o nome Francisco ou Clara de Assis quando tiver o seu bebé!

Sem verdadeira consciência do que dizia, assim prometi!

E em 2014 o milagre aconteceu! Aquele, que aos olhos da medicina era impossível, nasceu: o Francisco de Assis! E como se não bastasse este milagre, um ano depois caiu-nos do céu o João da Cruz! E depois o Caetano, que não chegou a nascer, mas que sei que do céu nos vê como a sua família! E logo a seguir nasceu a Maria do Rosário!

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Feliz és tu porque acreditaste foi a oração que Santa Isabel proclamou a Maria, sua prima, porque acreditou na mensagem do Anjo Gabriel! Esta é a oração que me tem acompanhado ao longo da minha vida e que queria transmitir aos meus meninos da catequese, neste dia da Visitação! Seja nos momentos de maior felicidade, seja nos momentos de maior provação, acreditem e rezem sempre, porque Nossa Senhora também acreditou e rezou, e o maior milagre da humanidade aconteceu: Jesus!»

Sofia Corrêa d’ Oliveira, Mãe de dois alunos

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