Eucaristia e almoço do VII Dia Mundial dos Pobres

«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar»: Papa Francisco celebrou o VII Dia Mundial dos Pobres

«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar, e nunca se afastará de ti o olhar de Deus» (Tobias 4, 7). No dia 19 de novembro, Francisco presidiu na Basílica de São Pedro à Eucaristia do Dia Mundial dos Pobres. Neste dia, pelo sétimo ano consecutivo, o Papa dedica toda a atenção à questão da pobreza e da marginalização. Apelou à solidariedade, à partilha e à multiplicação do amor. Partilhou a mesa com 1200 convidados no Auditório Paulo VI no Vaticano.

Olhar de frente a pobreza e comprometer-se com ela enquanto Igreja, foi o apelo do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres deste ano. «Nunca afastes de algum pobre o teu olhar»: Papa Francisco celebrou o VII Dia Mundial dos Pobres.

No domingo que antecede a solenidade de Cristo Rei do Universo, dia 19 de novembro, o Papa Francisco convoca a Igreja a reunir-se e a comprometer-se a “viver a pobreza e servir os pobres”. “A recordação, que o velho Tobite pede ao filho para guardar – escreveu o Papa Francisco na Mensagem para o VII Dia Mundial dos Pobres –, não se reduz simplesmente a um ato da memória nem a uma oração dirigida a Deus. Faz referência a gestos concretos, que consistem em praticar boas obras e viver com justiça. E a exortação torna-se ainda mais específica: «Dá esmolas, conforme as tuas posses. Nunca afastes de algum pobre o teu olhar, e nunca se afastará de ti o olhar de Deus» (Tb 4, 7)”.

O Papa explica que Deus também não poupou Tobite, exemplo “extraordinário” de caridade e de fé”, a provações. “Não o faz para nos humilhar, mas para tornar firme a nossa fé n’Ele”.

O Pontífice atribuiu ao alheamento, à “pressa”, à distração do “virtual” a indiferença e a negação da realidade com que a humanidade convive com a pobreza presente em todo o lado, “nas nossas cidades”, protegendo-se de tudo “aquilo que é desagradável e causa sofrimento”.

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Francisco recorda as palavras dos seus antecessores. Na Pacem in terris, publicada há 60 anos, João XXIII escrevia: «O ser humano tem direito à existência, à integridade física, aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida». E de João Paulo II que na Encíclica Laborem exercens afirma: «O primeiro fundamento do valor do trabalho é o próprio homem. (…) O homem está destinado e é chamado ao trabalho, contudo antes de mais nada o trabalho é “para o homem”, e não o homem “para o trabalho”».

Neste texto, Francisco recorda ainda o sofrimento da guerra, o sofrimento das crianças, as dificuldades económicas agravadas pelo “aumento dramático dos preços”, a exploração laboral, e lembra também o sofrimento dos jovens reféns de padrões culturais que os fazem sentir “insuficientes”, “inacabados” e “falidos” e os levam ao desespero e ao suicídio.

E, por fim, pede aos católicos para serem concretos, nas ajudas, nas causas, e na atenção às necessidades do outro.

“A pobreza é um escândalo”

No dia 19 de novembro, o Papa Francisco presidiu na Basílica de São Pedro à Eucaristia do Dia Mundial dos Pobres. Na homilia, o Papa Francisco foi perentório a condenar a pobreza: “A pobreza é um escândalo”.

“Neste Dia Mundial dos Pobres, a parábola dos talentos é uma advertência para verificar com que espírito estamos a enfrentar a viagem da vida. Recebemos do Senhor o dom do seu amor e somos chamados a tornar-nos dom para os outros. O amor com que Jesus cuidou de nós, o azeite da misericórdia e da compaixão com que tratou as nossas feridas, a chama do Espírito com que abriu os nossos corações à alegria e à esperança, são bens que não podemos guardar só para nós, administrar à nossa vontade ou esconder debaixo da terra. Cumulados de dons, somos chamados a fazer-nos dom. As imagens usadas pela parábola são muito eloquentes: se não multiplicarmos o amor ao nosso redor, a vida some-se nas trevas; se não colocarmos em circulação os talentos recebidos, a existência acaba debaixo da terra, ou seja, como se já estivéssemos mortos”.

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Partilhar o pão, multiplicar o amor

O Pontífice pediu neste dia que se reflita sobre a pobreza tratada com “indiferença” e os “pobres tornados invisíveis”. “O grande «capital», que foi colocado nas nossas mãos, é o amor do Senhor, fundamento da nossa vida e força do nosso caminho”, lembrou.

“Quando se pensa nesta multidão imensa de pobres, a mensagem do Evangelho resulta clara: não enterremos os bens do Senhor! Ponhamos em circulação a caridade, partilhemos o nosso pão, multipliquemos o amor! A pobreza é um escândalo”.

Depois da Eucaristia e da mensagem do Angelus, o Papa juntou-se ao almoço organizado pelo Dicastério para o Serviço da Caridade, em convívio e “num clima de grande festa”, noticiou o Vatican News. No almoço, servido no Auditório Paulo VI, o Papa Francisco começou por abençoar os presentes e agradecer a Deus pelo “momento de amizade, todos juntos”, pela refeição e a todos os que prepararam o almoço servido aos 1200 convidados.

Fotografias: Vatican Media

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