Editorial do Boletim Salesiano n.º 604 de julho/agosto de 2024. Somos filhos de um sonhador. E é bom sonhar em grande. É o sonho que comanda a vida e se esse sonho é diminuto, assim será a vida.
Muitos quiseram que o sonho da JMJ fosse um pesadelo. Mas não foi. Passado um ano, vemos quanto sentido é preciso às nobres causas de que somos protagonistas. Os que sonhavam pesadelos calaram-se na sua pequenez. É bom notar que a JMJ não foi só Lisboa. Foram também as dioceses de acolhimento, as paróquias e atividades das pré-jornadas, culminando na vida, cor, beleza, alegria, o bom tom que se viveu durante essa semana inesquecível para quantos connosco estiveram e quantos a tornaram realidade. Regressámos mais Lusos ao quotidiano. Tornámo-nos mais conscientes da nossa audácia e competência. Verificámos como milhares de jovens podem conviver em solidariedade e paz, serenamente. Marcados pela sua fé. Destinados a construir futuro de esperança e confiança. Aprendemos com os jovens a simplicidade, a cordialidade, a beleza da vida. Alegramo-nos com a sua festa, a sua juventude, a sua novidade. Sentimos viva a cidade. Vivemos uma oportunidade única de ser Igreja. Com os jovens escutámos tantas palavras do Santo Padre que ficaram na nossa memória. Acolhemos com alegria a mensagem de Francisco que a ninguém deixa indiferente. Percebemos, contra os Velhos do Restelo, que o mundo pode ser diferente. Que há lugar à confiança, porque o futuro é dos jovens. Destes jovens que nos ensinaram tanto. Participámos na “pressa” da Mãe de Jesus, para chegar realmente a todos. E no fim, venceram os jovens. Venceram-nos a todos. E a todos os nossos medos, incertezas e temores. E quando os jovens vencem, constrói-se algo novo, fresco, audaz. Desenha-se futuro. Acredita-se com mais intensidade. Vai-se mais longe na grandeza da fé, da comunhão, da solidariedade, da paz. Olhando para trás, sentimos como foi “bom estar aqui”. Transformar Lisboa em Tabor, a cidade em Igreja, a vida em Jesus. Fomos, também nós, tentados a fazer três tendas, ou milhares delas, para que não se fossem embora, de forma que a Igreja, nossa cidade, nossa casa, fosse eternamente assim: jovem, bela, dinâmica, cheia de vida, sem medo de expressar a fé, de mostrar a adesão a Jesus e ao Evangelho, de viver a paixão de ser do Senhor. Mas também era preciso partir, como Maria, apressadamente, para resolver tantos mil problemas que a humanidade se cria a si própria, e nos quais, os jovens, podem ser solução. Passou um ano e ainda se respira este ar de festa, de emoção e de fé. Pelos jovens, só por eles e para eles, valeu a pena viver a intensidade e a grandeza da JMJ Lisboa. O sonho tornou-se realidade. E foi muito bom! Tão bom que não queremos esquecer nunca! Por tantas coisas, obrigado JMJ, obrigado jovens, obrigado Igreja!
Publicado no Boletim Salesiano n.º 604 de julho/agosto de 2024
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