Sempre que me perguntam onde estive na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, a resposta é sempre longa. Ora estive a apresentar um musical sobre a vida de D. Bosco para o Festival da Juventude, ora estive como peregrina, ora estive como responsável do meu grupo de jovens paroquial. Foi uma experiência muito movimentada onde pude “petiscar” de vários mundos. O meu dia-a-dia consistia em passar as manhãs a explorar sozinha para onde o vento me levasse como peregrina. Sempre que dava, juntava-me ao meu grupo de jovens, com quem depois passei todo o tempo quando terminado o Festival da Juventude. Por volta das 17 horas, começava a encaminhar-me para o Casino de Lisboa, para me preparar para a apresentação do musical D. Bosco, que tinha sempre uma sessão ao final da tarde. Foram dias exaustivos, mas muito felizes. No meio desta correria, o Senhor falou muito comigo. Era como se me desse a experimentar de uma forma muito intensa tudo aquilo que me fazia feliz numa só semana – o teatro, os amigos, o cuidar dos jovens de Carcavelos, a sensação de viajar (uma vez que não dormi em casa). Durante a JMJ, passei duas manhãs na Feira Vocacional, procurando medrosamente respostas nas quais já pensava há uns meses. “Fala com Ele como se fosses beber um café com um amigo, e eventualmente a balança vai começar a pesar mais de um lado ou de outro”, disse-me um padre americano. Isto fez-me entender algo que tem sido fundamental: As respostas grandes ao Amor passam por passos pequenos, por fazer-Lhe uso do que gostamos e somos bons a fazer, por gestos e conversas naturais do dia-a-dia até com quem menos se espera. Tal como cantavam na grande vigília, “No caminho, encontrei-Te”.
Fotografia: Pedro Mestre/WYDDONBOSCO23