O Catecismo da Igreja Católica diz que os Sacramentos da Ordem e do Matrimónio existem “ao serviço da comunhão” (1533) e que os dois são “ordenados à salvação de outrem” (1534).
De facto, a Ordem e o Matrimónio, têm em comum que quem os celebra se entrega para que outro seja feliz realizando o projeto de amor de Deus: o marido à mulher e vice-versa, o padre à sua comunidade e a todos os que a edificam. Um e outro sacramento estão diretamente destinados a formar e alargar o povo de Deus, um e outro são sinal do amor esponsal de Cristo pela Igreja.
Os dois sacramentos parecem estar “em crise” nos tempos de hoje, e arrisco a dizer que tal aconteça talvez por se ter perdido esta profunda ligação entre si. De facto, a fecundidade espiritual do sacerdote é alimento e modelo para a fidelidade conjugal e a vida matrimonial é o berço de todas as vocações sacerdotais, onde vendo como os pais se amam, os filhos podem querer entregar a vida ao absoluto desse amor: Deus!
Juntos, estes dois sacramentos podem, então, construir fecundamente a comunhão na igreja: o padre é ministro da comunhão, ao mesmo tempo que os esposos são sinal visível dessa mesma comunhão. Há, portanto, uma missão que une esposos e ministros ordenados: serem sinal de comunhão num mundo cada vez mais dividido!
Testemunho
«Vejo a vocação de marido e de diácono como um desafio e uma grande alegria. É uma graça enorme poder ser família e crescer na fé com a minha esposa e os meus filhos, fundando tudo na vida de oração; e poder servir a Igreja através do ministério ordenado, próximo do povo de Deus, entregando-me às necessidades da Igreja e inserido no mundo do trabalho, construindo aí o Reino de Deus». David Bacelar, Marido e Diácono
Fotografia: Josh Applegate/Unsplash
Publicado no Boletim Salesiano n.º 606 de novembro/dezembro de 2024
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