Mensagem do Reitor-Mor aos leitores do Boletim Salesiano
Naqueles dias da Jornada Mundial da Juventude e da maravilhosa festa de Dom Bosco no Panamá, com a procissão mais diversa e numerosa que alguma vez vi, dezenas de jovens contaram histórias de vida e como se tinham sentido como que abraçados por um olhar especial de Deus.
O Papa Francisco disse-o magnificamente, durante a Vigília do sábado da JMJ, quando afirmou que «Abraçar a vida se manifesta também quando aceitamos tudo o que não é perfeito, tudo o que não é puro nem destilado, mas nem por isso é menos digno de amor». Isto faz a diferença no modo como nos tratamos uns aos outros como pessoas.
Sabemos, e muitos de nós estão convencidos disso, certamente muitos de vós, amigos leitores, “o amor cura”, o amor é a cura, e “só aquilo que se ama pode ser salvo”. Pois bem, precisamente por isso, o primeiro passo que devemos dar como educadores, como protagonistas convictos do estilo salesiano, ou simplesmente como boas pessoas que caminham no mundo, é ter a coragem de abraçar a vida como vem, com toda a sua fragilidade e pequenês e muitas vezes até com as suas contradições e faltas de sentido (Papa Francisco na Vigília da JMJ).
Naquela noite da JMJ, o Papa Francisco disse também algumas palavras sobre Dom Bosco que me encheram de emoção e são também muito exigentes, porque não podemos escutar e ficar indiferentes. Porque fidelidade a Dom Bosco, hoje, significa fazer as mesmas escolhas e tomar as mesmas decisões que ele fez e tomou. E que tomaria também nestes nossos difíceis dias.
«Dom Bosco não foi à procura dos rapazes a qualquer lugar distante ou especial». A multidão explodiu num fragoroso aplauso. «Simplesmente aprendeu a olhar, a ver tudo o que acontecia à sua volta na cidade e olhá-lo com os olhos de Deus e, assim, ficou chocado com centenas de crianças e de jovens abandonados sem escola, sem trabalho e sem a mão amiga de uma comunidade. Muita gente vivia naquela mesma cidade, e muitos criticavam aqueles jovens, mas não sabiam olhá-los com os olhos de Deus. Os jovens é preciso olhá-los com os olhos de Deus. Dom Bosco fê-lo, soube dar o primeiro passo: abraçar a vida como se apresenta. E, a partir dali, não teve medo de dar o segundo passo: criar com eles uma comunidade, uma família em que, com trabalho e estudo, se sentissem amados. Soube dar-lhes raízes a que se pudessem segurar para poder chegar ao céu. Para serem alguém na sociedade, para não serem derrubados ao mais pequeno vento. Foi isto que Dom Bosco fez».
Tudo isto e muito mais me deixaram aqueles dias. Deixaram-me a alma e o coração cheios de fisionomias, como dizia o grande bispo Pedro Casaldáliga quando se imaginava na presença de Deus antes de morrer. Naquele momento perguntaram-lhe: «Que fizeste na vida?» Ele apresentou as mãos vazias, mas o coração cheio de nomes.
Meus amigos, leitores do Boletim Salesiano, meio de comunicação tão querido, apreciado e estimado por Dom Bosco, seu fundador, «a salvação que Deus nos dá é um convite a fazer parte de uma história de amor que se entrelaça com as nossas histórias; que vive e quer nascer no meio de nós para que possamos dar fruto onde estamos, como somos e com quem estamos» (Papa Francisco). Sob os bons olhos de Deus e de Dom Bosco.
Paris, França: Nos meses de fevereiro e março, o Pe. Ángel Fernández Artime visitou o centro da Europa: Bélgica, Luxemburgo, Áustria e França. Em Paris, celebrou a Eucaristia na igreja de São João Bosco
Viena, Áustria: Na visita à Áustria, de 28 de fevereiro a 1 de março, o Reitor-Mor reuniu com Salesianos, alunos, jovens do Movimento Juvenil Salesiano, colaboradores, Família Salesiana e colaboradores dos programas de voluntariado
Liège, Bélgica: No pátio da obra contígua à Paróquia de São Francisco de Sales e ao Centro Escolar Dom Bosco, em Liège, o Reitor-Mor pôde conviver com as crianças e jovens do Movimento Juvenil Salesiano
Fotografia de entrada: Dublin, Irlanda: O Reitor-Mor dos Salesianos participou nas comemorações do centenário da presença da Congregação na Irlanda, que se realizaram nos dias 13 a 15 de fevereiro
Publicado no Boletim Salesiano n.º 574 de Maio/Junho de 2019