Itália, Formação Salesiana: Sete dias em Turim

Nos dias 15 a 21 de julho, realizou-se a XI Semana de Formação Salesiana em Turim.

Parti sem saber o que esperar. Pela primeira vez, iria fazer uma peregrinação. Na mala, o essencial para uma semana de calor em Itália. No coração, sabia que transportava alguma ansiedade do desconhecido, a vontade de saber mais, de ver, de estar…

Depois de pararmos em Milão, seguimos para Turim e Valdocco foi a “nossa casa” o resto da semana. Recordo o momento em entrámos pela primeira vez na capela Pinardi. Os tons de azul e branco, a simplicidade do local, a sensação de aconchego imediato… Já sabia que, para mim, iria ser complicado. As emoções costumam andar à flor da pele e não as sei esconder. Percebi que não era a única. Logo nesse primeiro dia, mesmo sem ser preciso trocarmos palavra, os olhos de cada um falavam por si, e terminámos a noite com o sentir de que Lisboa, Estoril, Madeira, Évora e Manique eram um só, um grupo de educadores salesianos juntos, no coração de Dom Bosco. E foi assim, em comunhão, que vivemos aquela semana que pareceu ter lugar algures num tempo diferente do tempo real que corria nos nossos relógios.

Os dias seguintes foram dedicados a conhecer os principais locais por onde Dom Bosco passou e algumas das pessoas que o acompanharam. Sentimos o silêncio do Colle Dom Bosco, lugar de nascimento e de sonho, a sensação de paz e de pequenez, o colo de Mãe Margarida, o esforço  e persistência em Chieri, o trabalho na quinta Moglia, a Providência e a presença de Maria, a devoção a São Francisco de Sales… e em cada eucaristia ecoava em mim uma única palavra: gratidão!

Como educadora, esta semana foi fundamental para perceber o quanto, por vezes, na correria da rotina do dia a dia, me deixo esquecer de tantos aspetos essenciais da pedagogia salesiana e a sorte que tenho em poder vê-los, diariamente, nos rostos daqueles que caminham comigo na casa salesiana de onde venho. Quantas vezes me esqueço de ver e de ouvir? Quantas vezes me esqueço de parar? Quantas vezes deixo transparecer um lado menos positivo e escondo a alegria que corre cá dentro? Quantas vezes… 

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Visitar os locais, o poder ver, olhar, sentir e simplesmente estar possibilitou todo um outro nível de experiência que estava longe de imaginar, bem como ouvir as palavras do Padre Luís e do Padre Juan, sempre alegres e disponíveis para nos guiarem. Importante foi também caminharmos juntos, as diversas reflexões e partilhas, os momentos em que circulámos pelos espaços absorvendo, assimilando, deixando que estes nos falassem, por vezes que até gritassem!

Percorrer a vida de Dom Bosco, como se ele nos desse a mão e nos guiasse por cada um dos locais por onde passou, falando-nos ao ouvido, foi indescritível e sinto-me verdadeiramente grata. Trago-o sem dúvida mais comigo, com o desejo que aqueles com quem me cruzo o possam ver e sentir. Sempre!

Publicado no Boletim Salesiano n.º 570 de Setembro/Outubro de 2018

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