Tríduo: Dom Bosco e Miguel Magone, desafio educativo

Desde o primeiro encontro com Miguel Magone, Dom Bosco revela-nos a sua arte de educar positivamente, propondo a Miguel uma alternativa à sua vida desordenada e envolvendo-o em experiências possíveis e atraentes. O segundo dia do tríduo que ANS propõe em preparação à festa de Dom Bosco é dedicado ao “general de Carmagnola”.

Dom Bosco entra sem medo na vida de Miguel, toma-o pela mão e desencadeia nele aquele dinamismo típico do sistema preventivo que faz crescer “desde dentro” os seus jovens, leva-os com alegria e satisfação ao bem, fá-los conscientizar-se dos riscos que correm perseverando em caminhos errados e prepara para o amanhã através de uma sólida formação do caráter e da consciência.

Na escola de Dom Bosco e sob o olhar paterno, através da prática perseverante de pequenos exercícios fáceis e agradáveis na vida de oração, de estudo e de caridade, Miguel chega a um maravilhoso grau de perfeição. Dom Bosco de facto está convencido de que “o esplendor da caridade pode ofuscar-se e perder-se a cada pequeno sopro de tentação; assim, qualquer coisa, ainda que pequena, que possa contribuir para conservá-lo, deve considerar-se de grande valor”. Expressão típica de tal pedagogia e solicitude educativa foram os famosos “sete carabineiros de Maria”, conselhos que Miguel confia a um colega a fim de custodiar a virtude da pureza, convidando-o a lê-los e a praticá-los.

Este espírito de viva fé, alimentado por uma filial devoção a Maria, vinha unido “à mais industriosa caridade para com seus colegas: sabia que o exercício desta virtude é o meio mais eficaz para aumentar em nós o amor de Deus. Esta máxima era por ele praticada nas mais pequenas ocasiões”. Miguel, de menino de rua, litigioso e violento, torna-se animador do recreio, consolador dos companheiros aflitos, agente de paz e de reconciliação. A prática da caridade concreta e operosa, leva-o a construir amizades verdadeiras, que ajudam os seus colegas a libertar-se de fáceis enganos, a refazer relações abertas e sinceras com os pais e os professores, a viver uma quotidianidade alegre e operosa.

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Miguel amadurece, assim, na consciência de ter faltado ao amor de Deus e de não ter sido obediente à sua vontade: “Eu choro ao contemplar a lua que por tantos séculos comparece com regularidade a iluminar as trevas da noite, sem nunca desobedecer às ordens do Criador, enquanto eu, que sou tão insignificante, eu, que dotado de inteligência, deveria ter sido fidelíssimo às leis do meu Senhor, eu lhe desobedeci tantas vezes; e de mil modos o ofendi”.

Esta consciência o levará na hora da morte a mandar, através de Dom Bosco, uma mensagem à mãe, como vontade última de reconciliação e de paz: “Sim, digam a minha mãe, que me perdoe todos os desgostos que lhe causei na minha vida. Estou muito arrependido. Digam-lhe que a amo; que persevere com coragem no fazer o bem; que eu morro de boa vontade; que eu parto deste mundo com Jesus e com Maria; que vou esperar por ela no Céu”.

Miguel Magone era órfão de pai. Quando se encontrou pela primeira vez com Dom Bosco na estação de Carmagnola ouviu a recomendação: “Hoje de noite faça uma oração fervorosa ao nosso Pai que está nos céus; reze de coração, confie nele e ele haverá de providenciar por mim, por si e por todos”. O Pai-nosso de Miguel Magone, dito de coração, revelou o amor providente e previdente de Deus através do carisma de Dom Bosco.

O convite do P. Cameroni é, neste segundo dia do tríduo: viver um momento de oração familiar meditando e recitando o Pai-nosso, oração de fé em Deus, de amor fraterno e de perdão recíproco.

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