Boletim Salesiano: “145 anos… E não parece”

Acabámos de celebrar, em 2021, os 145 anos do Boletim Salesiano italiano. Este ano, para celebrar os 120 anos do BS português, publicamos nesta e na próxima edição uma reflexão do salesiano Francesco Motto.

Certamente muitíssimos leitores recebem mensalmente o Boletim Salesiano há muitos anos. Acontece com frequência ouvir dizer que os seus pais, os seus avós e talvez até os seus bisavós liam o BS. Mas presumo que nem todos saibam como nasceu e por que motivos Dom Bosco há 145 anos o idealizou, realizou e difundiu.

Aqui vai a história da sua fundação em duas penadas. É publicado em todo o mundo em dezenas de línguas diferentes. Certamente mudou muitas vezes de imagem, mas sempre em sintonia com o BS do fundador.

Parte-se de longe, 1844

Dom Bosco bem depressa compreendeu a importância da comunicação e dos respetivos instrumentos de comunicação social, embora na época só existisse a imprensa. Mal havia terminado os estudos (1844), publicava os Cenni storici sulla vita del chierico Luigi Comollo. No ano seguinte, quando estava ao serviço da marquesa Barolo, publicava um fascículo Il divoto dell’Angelo Custode e a volumosa Storia Ecclesiastica. Em 1846, editava outros três livrinhos devocionais. Em 1847 foi a vez da Storia sacra per uso delle scuole e de Il Giovane provveduto…, este último com mais de cem reedições em vida do autor.

Com a promulgação da lei sobre a liberdade de imprensa em 1848, preocupado com os seus rapazes, para eles idealizou rapidamente o jornal trissemanal L’Amico della Gioventù. Depressa teve de encerrar a experiência, mas não desanimou.

Em 1851 publicou um opúsculo La chiesa cattolica-apostolica-romana e, dado o acolhimento tão favorável, deu luz verde à sua iniciativa editorial mais conseguida: as Letture Cattoliche, que à sua morte haveriam atingido dez milhões de exemplares (numa Itália de 30 milhões de semianalfabetos!) À dúzia de fascículos com o seu nome, em 1855 acrescentou a publicação de grandíssimo sucesso Storia d’Italia raccontata alla gioventù, com vinte edições em vida do autor. No quinquénio de 1856-1860 foi a vez de uma vintena de outros títulos. No entanto, em 1855, publicou em separado La chiave del Paradiso in mano al cattolico (um bestseller de 800 mil exemplares com 44 edições em vida do autor).

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A Tipografia de Valdocco, 1862

Em dezembro de 1861, Dom Bosco obteve autorização de abrir uma Tipografia própria. Esta empenhou-se logo no âmbito escolar tendo em vista os novos programas criados após a unificação da Itália: publicou quatro coletâneas de autores seletos latinos, gregos, cristãos, além da Biblioteca della Gioventù Italiana. Quatro também os vocabulários de italiano, latim e grego, além de gramáticas, textos escolares, subsídios. Em 1876, Dom Bosco fundou uma “sucursal em Génova-Sampierdarena e, em agosto de 1877, preparou o BS ou Bibliofilo cattolico para os quatro primeiros meses.

Os tímidos inícios do BS

A ideia de proceder em 1877 à publicação de um Boletim de informação para todas as pessoas que a vários títulos estavam interessadas na Obra Salesiana, poderia haver sido sugerida a Dom Bosco pela presença no mercado de publicações similares por parte de outras Ordens religiosas. Se estas publicações eram enviadas aos Terciários, membros e amigos das diversas Famílias religiosas, Dom Bosco podia muito bem fazer a mesma coisa com os seus Cooperadores que, precisamente naqueles anos, estavam formalmente a constituir-se em Associação (continua na próxima edição).

Originalmente publicado no Boletim Salesiano italiano.

Publicado no Boletim Salesiano n.º 590 de Janeiro/Fevereiro de 2022

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