Maria Troncatti nasceu em Corteno Golgi, na província de Brescia, no dia 16 de fevereiro de 1883, no seio de uma numerosa família de criadores de gado. Cresceu feliz, trabalhando no campo e cuidando dos irmãos mais novos, num caloroso clima de afeto dos seus exemplares pais.
O Boletim Salesiano chegou a Corteno e Maria, sensível e rica de valores cristãos, pensa na vocação religiosa. Ao princípio o pai não concordou, mas logo que a filha atingiu a maioridade, com 21 anos, o pai deu-lhe o seu consentimento.
Maria pediu para ser admitida no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, onde vem a fazer a primeira profissão, em 1908, em Nizza Monferrato.
Durante a Primeira Guerra Mundial frequentou, em Varazze, cursos de assistência sanitária e trabalhou como enfermeira da Cruz Vermelha no hospital militar. Após um violento tornado, Maria promete a Nossa Senhora que, se salvar a sua vida, se oferece para partir para as missões. A Virgem Maria ouve-a e a irmã Maria pede à Madre Geral para ir trabalhar no meio dos leprosos.
Sete anos depois a Madre Catarina Daghero enviou-a para o Equador. Em 1922, desembarca na baía de Guayaquil e chega a Chunchi, onde é enfermeira e farmacêutica durante pouco tempo. Em dezembro de 1925, acompanhadas pelo bispo missionário Dom Comin e por uma pequena expedição, a irmã Maria e outras duas irmãs entram na floresta amazónica. O seu campo de missão é a terra dos índios Shuar, na parte sul-oriental do Equador.
Mal chega a Méndez, Maria ganha imediatamente a estima de uma tribo Shuar operando com um canivete a filha de um chefe, ferida por uma bala. A pequena comunidade estabelece-se definitivamente em Macas, um aldeamento de colonos rodeado de casas coletivas dos Shuar, numa pequena casa situada numa colina.
Assim como Dom Bosco foi pai e mestre, também a irmã se torna uma verdadeira mãe, e durante 44 anos, será chamada por todos de Madrecita, mãezinha. Inicia um difícil trabalho de evangelização, no meio de perigos de todo o tipo. É enfermeira, cirurgiã, ortopedista, dentista e anestesista, mas, sobretudo, catequista cheia de maravilhosos recursos de fé, de paciência e de amabilidade salesiana. A sua obra de promoção da mulher Shuar floresce em centenas de novas famílias cristãs, formadas pela primeira vez sobre a livre escolha pessoal dos jovens esposos.
A sua atividade desenvolve-se, sobretudo, no campo da formação e da sanidade, no hospital Pio XII de Sucúa. É mãe das missões do vicariato apostólico de Méndez: Macas, Méndez, Sevilha e Sucúa, com incansáveis deslocações na selva.
No dia 25 de agosto de 1969 a Irmã Maria embarca de avião para se dirigir a Quito para um retiro: o avião cai pouco depois da descolagem. A rádio da Federação Shuar transmite a triste notícia: «A nossa querida Mãe, Irmã Maria Troncatti, morreu». Os seus restos mortais repousam em Sucúa.