Elias Comini nasceu em Calvenzano di Vergato, Itália, a 7 de maio de 1910. Educado na fé pelos seus pais, mostrou, desde muito cedo, um grande interesse pela catequese, pelas funções da igreja, pelo canto, sempre em serena e alegre amizade com os seus companheiros.
O arcipreste de Salvaro, Monsenhor Fidenzio Mellini, tinha um grande apreço por Elias, pela sua fé e bondade e, nesse sentindo, e por ver o seu interesse pelo tema, incentivou-o a tornar-se salesiano, filho de Dom Bosco. Elias ingressou, assim, no seminário menor salesiano de Finale Emilia (Módena) onde frequentou a escola média e o liceu. Em 1925 entrou no noviciado de Castel De’ Britti (Bolonha) e fez a profissão religiosa a 3 de outubro de 1926.
Entre 1926 e 1928 frequentou o liceu salesiano de Valsalice (Turim), como clérigo estudante, e iniciou, então, um generoso caminho espiritual, testemunhado pelo diário que escreverá até à sua morte. Nas páginas deste diário descobre-se uma vida interior profunda que nunca foi entendida por quem rodeava Elias Comini.
A 16 de março de 1935 foi ordenado sacerdote, em Brescia. Nos anos seguintes foi transferido para o instituto salesiano de Treviglio (Bérgamo), onde encarnou, particularmente, a caridade pastoral de Dom Bosco e os traços da amabilidade salesiana, que foi capaz de transmitir aos jovens, através do seu temperamento afável, da sua bondade e do seu sorriso.
No Verão de 1944, o padre Elias deslocou-se a Salvaro para assistir a mãe idosa e para ajudar Monsenhor Mellini. A terrível situação criada entre Monte Salvaro e Monte Sole, pelo confronto direto entre as tropas alemãs e aliadas, provocou uma destruição quase total entre a população. O padre Comini ajudava o pároco já idoso: dava catequese, dirigia exercícios espirituais, celebrava, pregava, exortava, cantava, ajudando a manter a serenidade numa situação que caminhava para o pior. Juntou-se a Elias o padre Martinho Capeli, e ambos os sacerdotes continuaram a administrar os sacramentos, a sepultar os mortos, a socorrer e a consolar os mais necessitados.
O tríduo da paixão dos dois sacerdotes teve início a 29 de setembro, quando chegou à paróquia, que se encontrava cheia de refugiados, a notícia de que, no seguimento de um conflito entre os “partigiani”, as SS tinham capturado 69 pessoas entre as quais estavam moribundo necessitados de conforto. Depois de celebrar aquela que seria a sua última missa, o padre Elias, corre a socorrer os feridos e os presos. Em Creda di Salvaro, os dois sacerdotes foram também feitos prisioneiros. Obrigados a carregar munições, foram, mais tarde, encerrados nas cavalariças de Pioppe di Salvaro. No dia seguinte, e na tentativa de confortar os muitos homens que com eles se encontravam presos, os sacerdotes pregaram e consolaram até ao limite das suas forças.
O Comissário da Prefeitura, conseguiu obter a libertação do padre Elias, contudo, o sacerdote não aceitou, reiterando: “Ou todos, ou nenhum!”.
O anoitecer do dia seguinte ficou marcado pelo “Massacre de Pioppe di Salvaro”, que ceifou a vida a 46 pessoas, entre as quais os dois sacerdotes. Os seus restos mortais foram deitados ao rio Reno.