Inácio Stuchly nasceu a 14 de dezembro de 1869, em Boleslaw, na Alta Silésia e conheceu, desde cedo, o significado de fé.
Tendo ouvido falar, desde a escola primária, do sacerdócio, cedo sentiu que este seria o seu caminho.
Aos 22 anos, Inácio Stuchly foi encaminhado para os Salesianos, tendo iniciado o noviciado em Ivrea, a 25 de agosto de 1891. Desejando, partir para as missões, Inácio estudou Filosofia e Agronomia.
Enviado para Gorízia, deu aulas aos alunos do liceu enquanto, ele próprio, estudava Teologia. Ao estudo juntaram-se ainda outros cargos, nomeadamente, a continuação das obras de reparação da casa.
Em 1910 é ordenado sacerdote, e mantendo os seus muitos afazeres, começa a distinguir-se como diretor espiritual e confessor muito procurado.
Enviado para Lubliana, na Eslovénia, ainda em 1910, Inácio tinha como responsabilidade a construção da igreja de Maria Auxiliadora, que havia sido interrompida por dificuldades financeiras.
Viviam-se tempos difíceis e, por isso, era necessário dar de comer a muitos rapazes e, ao mesmo tempo, sustentar o noviciado de Radna. O padre Inácio, como bom administrador, sai-se bem em tudo, incluindo a conclusão do santuário. E tentando dar tudo o que podia aos seus rapazes, não hesitou em sair à rua para pedir esmola.
Chamado, uma vez mais, a Turim, foi então enviado para Perosa Argentina, a fim de iniciar uma nova obra a favor dos emigrantes da Boémia e da Moldávia. Viveu três anos numa situação de grande pobreza, porém, nunca se mostrou preocupado, sobretudo, quando se encontrava entre os rapazes, momento em que fazia questão de se mostrar bem-disposto e alegre. Seriam esses mesmos rapazes que mais tarde iriam transplantar a obra salesiana para a sua pátria. Inácio é chamado a desempenhar essas funções, isto por ser, um dos poucos salesianos checos da Congregação.
Em 1927, Inácio Stuchly foi enviado para a Checoslováquia para abrir a primeira casa em Frystàk, da qual foi o primeiro diretor, entre 1928 e 1934. Passou depois a diretor da nova casa de Moravska Ostrava. Inácio tem agora 66 anos e torna-se o primeiro Provincial da nova Província autónoma da Checoslováquia.
Durante o seu mandato surgiram na Checoslováquia 12 casas salesianas com 270 religiosos e mais 20 outros salesianos que trabalhavam nas missões. O seu espírito de trabalho, a piedade simples, tão recomendada por Dom Bosco, e a bondade para com todos tornaram fecunda aquela terra.
Com a invasão da Polónia, a 1 de setembro, ordenada por Hitler, tinha início a Segunda Guerra Mundial. Seguiram-se anos terríveis: casas roubadas, salesianos enviados para trabalhos forçados, entre muitas outras dificuldades que foram sempre ultrapassadas. O padre Inácio Stuchly era o ponto de referência e o porto seguro no meio do desconcerto geral, reforçando a fé nos irmãos e a esperança e tratando os mais pobres com caridade.
Com o fim da guerra, e somando já 70 anos, o padre Inácio pediu a substituição, mas a sua obediência fez com que tivesse ainda de gerir o difícil período do pós-guerra.
O padre Inácio tinha já quase 80 anos quando foi substituído. Nesse momento pôde, então, retirar-se para a casa de Frystàk, como confessor.
Em 1950 foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que o deixou incapacitado e a necessitar de assistência constante.
Mostrando a sua presença, os soviéticos designaram para as casas salesianas comissários governamentais, o padre Inácio assistia, assim, à destruição de grande parte do que tinha construído ao longo da sua vida, com a deportação de muitos irmãos salesianos.
Faleceu a 17 de janeiro de 1953, vitima de um novo AVC.