Distinguindo-se pela sua bondade, e por um temperamento conciliador, José Vech nasceu a 29 de outubro de 1909, na Hungria. A fim de se distanciar do contexto alemão, depois dos anos da tomada de poder pelo nazismo, alterou o seu apelido para Vandor, que significa peregrino ou caminhante.
Filho de Sebastião e Maria Puchner, José iniciou a sua formação nos franciscanos, onde cultivou um verdadeiro amor à pobreza, que guardou para toda a sua vida. Depois de confidenciar ao padre Artur Pehatsek o seu desejo de ser sacerdote e missionário, ele apresentou-o no instituto salesiano de Péliföldszentkereszt, onde conheceu os salesianos e foi conquistado pela espiritualidade e pela caridade pastoral de Dom Bosco. Em 1927, iniciou o noviciado em Szentkereszt; fez os primeiros votos, em 1928 e os perpétuos, em 1932. Foi ordenado sacerdote, em 1936, na basílica de Maria Auxiliadora, em Turim.
De forma a cumprir o seu sonho, no mesmo ano, foi enviado para Cuba onde pode anunciar o Evangelho em terras distantes. Durante 40 anos a sua principal preocupação foi fazer o bem e ocupar-se da salvação das almas.
Com 31 anos foi nomeado diretor da escola agrícola de Moca, na República Dominicana, Contudo, a escola foi entregue ao governo e o padre José Vandor voltou para Cuba-Guanabacoa. Foi nomeado, em 1943, mestre dos noviços, em Matanzas.
Durante os anos seguintes passou por diversos cargos: administrador, confessor ou capelão. Em 1954 é o responsável da igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Santa Clara, e está também encarregue da construção da escola de Artes e Ofícios “Rosa Pérez Velasco”. Conseguiu conduzir, sem um alojamento estável, os trabalhos de reparação da casa paroquial, da igreja e a construção da casa salesiana. Manteve-se como diretor da escola, até 1961, altura em que todas as instituições escolares de Cuba passaram a ser controladas pelo Ministério da Educação.
Foi, posteriormente, reitor e primeiro pároco da igreja do Carmo.
Graças à sua personalidade, espiritualidade e criatividade pastoral, deixou profundas marcas na diocese de Santa Clara. A sua amabilidade e doçura eram capazes de abrir o coração dos jovens e dos adultos.
Numa altura em que em Cuba se vivia uma guerra civil, o padre Vandor foi um herói de reconciliação e de paz, fazendo todos os possíveis para consolar os doentes, os feridos e os pobres, arriscando mesmo a sua vida ao mediar uma rendição, sem sangue, entre as tropas de Che Guevara e as do Coronel Cornélio Rojaz, do exercito do General Batista.
Comparado a São Francisco de Sales pela sua paciente docilidade, prudente ação, sabedoria iluminada na direção espiritual das almas e a São João Bosco pelo seu dinamismo apostólico, amor aos jovens e pobres, serena alegria e maneiras cordiais, José Vandor morreu a 8 de outubro de 1979, após alguns anos de intenso sofrimento que o reduziram à quase total imobilidade.