“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”

Li há dias um artigo que dizia que as Bem-aventuranças têm uma “sequência” entre si, isto porque ninguém consegue ter um coração puro sem antes ser pobre de espírito, ser humilde, chorar, ter fome de justiça e ser misericordioso (as 5 primeiras bem-aventuranças).

Achei muito interessante verificar esta continuidade nas Bem-aventuranças, até como proposta de “caminhada” cristã e espiritual a que somos chamados a fazer nas nossas vidas. Só por isto percebemos que a noção de pureza implica um caminho, uma disponibilidade para querer ser puro. Mas o que significa ser puro de coração?

Na Bíblia a palavra “coração” designa o centro de toda a vida íntima do homem: pensamentos, memórias, sentimentos, e decisões. Podemos constatar isso em Provérbios 4, 23: “Vela com todo o cuidado sobre o teu coração, porque dele jorram as fontes da vida”.

Ao referir-se aos puros de coração, Jesus referia-se portanto a uma pureza interior, uma santidade íntima que só os pobres de espírito têm o privilégio de possuir, e distinta da pureza externa ou ritualista.

Não confundamos ou associemos “pureza” com perfeição, mas antes com um caminho de retidão pessoal, muito associada à simplicidade dos corações que se entregam a Deus. Sabemos que o Amor de Deus tudo pode, e só Ele, através do Espírito Santo, pode operar em nós purificando o nosso coração.

A ideia de amizade e sinceridade com Deus está também aqui implícita. Em Provérbios 22, 11 lemos que “aquele que ama a pureza de coração, pelo encanto das suas palavras se tornará amigo do rei”. Que bonito ligar a pureza à amizade e à sinceridade com Deus! De facto não é preciso muito para chegar a Deus… Basta amar de forma verdadeira!

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Se os pobres de espírito entram no reino dos céus agora, os que choram são consolados agora, os humildes de coração recebem seu direito de possuir a terra agora, os que têm fome e sede da justiça são saciados agora, e os misericordiosos conseguem misericórdia agora, então também os de coração limpo têm o privilégio de ver a Deus agora, com os olhos da fé, e no futuro terão o privilégio de vê-lo face a face.

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