O que dizem os jovens de: Santidade

Novembro, mês da Solenidade de Todos os Santos. É-nos lançado um desafio que teima em parecer inatingível e que, neste ano em que somos chamados a fazer maravilhas, se torna mais especial.

Eu, ser santo?! Temos um sem fim de preconceitos com a santidade:

“A santidade não é para mim. Tento, mas estou sempre a pecar! Os santos não erram.”
“Ser santo de altar? Ninguém gosta de santinhos.”
“Só é santo quem faz milagres, eu não sou nenhum super-herói, não tenho essas capacidades.”
“Ser santo no meio dos amigos? No trabalho? Nesta sociedade? Missão impossível.”

Andamos à toa no que toca à santidade. Acomodamo-nos aos preconceitos quando a resposta está ao nosso lado, por isso importa, em primeiro lugar, desfazê-los.

Não são as nossas capacidades (sobre)humanas que nos fazem santos. Nunca seríamos santos só por nós. A santidade é um dom de Deus (Ef. 5, 25-26) para todos sem exclusão (Lumen Gentium, 40). Sim, para ti também.

A santidade não se faz de feitos extraordinários, mas de viver cada momento deixando marcas do Seu amor no outro. Faz-se enfrentando os desafios do nosso tempo com o Seu olhar. Deus não nos quer santos à imagem de outros tempos nem fora do mundo. Quer-nos rosto de Cristo no serviço aos outros, cada um na sua condição. E todas levam à santidade (Lumen Gentium, 41). És catequista? Voluntário? Animador? Educador? Sê paciente, ouve e educa com o amor misericordioso do Pai. Na escola? No trabalho? No lugar mais desumano? Cumpre o teu dever, sê testemunho de Cristo. Será que ainda te lembras da receita da santidade de D. Bosco? (S. João Bosco Uma Nova Biografia, Terésio Bosco, p.239)

Leia também  A caminho do Bicentenário

Os santos são pessoas felizes – já dizia D. Bosco que a santidade consiste em estarmos sempre alegres -, uma alegria autêntica que nasce da comunhão com Deus (Gn. 3). São também pessoas corajosas, que saem da zona de conforto, não se acomodam à inércia, ao medo. Deixam-se guiar totalmente pelo Pai, como Jesus. Ele sacrificou-se para nossa santificação, teve a coragem de arriscar sempre. Se ser cristão é seguir Cristo, ser cristão é também ser um corajoso protagonista do Seu amor. Não é ser capa de revista nem querer glória, mas fazer-se pequeno para deixar Deus crescer em si. Foi assim com os santos que conheces.

Deixemo-nos de desculpas. “Não viemos ao mundo para vegetar”, dizia o Papa Francisco nas últimas Jornadas Mundiais da Juventude. Vais querer deixar a tua marca ou viver sem sentido? Vais ignorar este dom? Deus quer realizar em ti os maiores milagres. Ele espera a tua resposta. Cabe a ti a decisão. Faz render este dom em cada gesto do teu dia. E quando duvidares qual o caminho da santidade, a resposta está sempre em Jesus. Que faria Ele? Assim seja.

Artigos Relacionados