O direito a ser criança

Dia Mundial da Criança: O direito a ser criança

No dia 1 de junho assinala-se em Portugal o Dia Mundial da Criança, uma data para recordar os direitos das crianças.

Foi instituído para nos recordar que as crianças têm direito ao amor, à educação, à alimentação, a cuidados de saúde, a ser protegidas, a não ser exploradas, e que têm o direito a ser crianças. Em Portugal, e em vários países do mundo, é assinalado a 1 de junho o Dia Mundial da Criança. Em muitos outros países é na data em que a Organização das Nações Unidas aprovou, em 1959, a Declaração dos Direitos das Crianças, 20 de novembro.

Celebrar este dia é velar pelo respeito dos seus direitos fundamentais, civis, sociais, económicos e culturais.

Os Salesianos de Dom Bosco estão presentes em tantos lugares onde as crianças são vítimas. No trabalho com as crianças de rua, órfãs, vítimas de violências várias, crianças usadas em guerras, em exploração laboral, migrantes, em comunidades marginalizadas.

Há um ano, a Procuradoria Missionária Salesiana Don Bosco Mission Bonn, da Alemanha, organizou um fórum em torno do tema dos menores desaparecidos na Índia. Um projeto entre tantos outros que podiam ser dados como exemplo.

Homelink: uma rede que já ajudou mais de 180.000 crianças

Na Índia, cerca de cem mil crianças desaparecem todos os anos. O Don Bosco National Forum for the Young at Risk (Fórum Dom Bosco para os Jovens em Risco) foi fundado em Deli em 2002 e iniciou o desenvolvimento de uma base de dados, a rede Homelink. A base de dados tem por objetivo ajudar as crianças desaparecidas a serem encontradas mais rapidamente e a serem reunidas com as suas famílias. Desde 2002, mais de 250.000 crianças e jovens foram registados na Homelink. Em 75 por cento dos casos, pais e filhos foram reunidos.

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O Fórum junta mais de 100 organizações salesianas em toda a Índia. A rede tem centros Bangalore, Chennai – Trichy, Deli, Dimapur – Guwahati – Shillong, Hyderabad, Kolkata, Mumbai – Pangim.

Inúmeras crianças desaparecidas chegam às estações ferroviárias centrais e às estações de autocarros das grandes cidades indianas. Os Salesianos visitam esses lugares todos os dias e tentam identificar e resgatar as crianças que estão sozinhas. Os assistentes sociais salesianos trabalham em estreita colaboração com a polícia. A partir da apresentação de uma queixa de desaparecimento, a criança é levada para um centro salesiano, onde recebe apoio do gabinete de assistência aos jovens. Os seus dados são introduzidos na base de dados Homelink. Por seu lado, os pais podem procurar os seus filhos desaparecidos em qualquer Centro Dom Bosco na Índia. Desde o dia em que chega até ao dia em que a criança sai do centro de acolhimento salesiano, todos os detalhes e todas as atividades são registados utilizando a ferramenta de documentação Homelink. Depois do reencontro com a família, os Salesianos continuam o acompanhamento, visitando as crianças e as suas famílias, para se certificarem de que estão bem e que estão a ser bem cuidadas.

Tráfico, violência e pobreza

O registo detalhado dos processos permitiu à rede salesiana analisar as situações que levam ao desaparecimento das crianças. O tráfico de seres humanos é a principal razão. Pobreza e violência são também muitas vezes a causa da fuga. A maioria das crianças provém de quatro estados do norte do país, que se encontram entre os mais pobres da Índia. Em média, entre o desaparecimento e o reencontro com a família decorrem entre dois a três anos. Um tempo demasiado longo, traumatizante, com consequências psicológicas muito negativas. Quando o regresso à família não é possível, ou coloca em risco o bem-estar da criança, a rede salesiana procura um lugar permanente numa instituição para crianças e jovens, onde passam a frequentar a escola ou a receber formação profissional.

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Fotografia: Nishant Ratnakar/ichtv/DBMBonn

Publicado no Boletim Salesiano n.º 603 de maio/junho de 2024

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