Viveu praticamente toda a sua vida salesiana no Brasil. O nome do sacerdote italiano está indissoluvelmente ligado às missões entre os povos indígenas do Brasil.
O sacerdote salesiano italiano viveu praticamente toda a sua vida salesiana no Brasil, país do qual também recebeu a cidadania em 1990. Faleceu no dia 5 de novembro, aos 102 anos.
Pietro Sbardellotto nasceu a 22 de agosto de 1916 em Mel, província de Belluno, no nordeste de Itália. Depois de frequentar a casa salesiana de Castelnuovo d’Asti, praticamente viveu toda a sua vida salesiana no Brasil, país do qual também recebeu a cidadania em 1990.
Chegou ao Brasil em 1936, completou o noviciado na casa “São Gonçalo” de Cuiabá, emitiu votos perpétuos em 1944, em Campo Grande, e foi ordenado sacerdote, na mesma cidade, em 1950.
O nome do padre Sbardellotto está indissoluvelmente ligado às missões entre os povos indígenas do Brasil, especialmente os Xavantes, um povo orgulhoso e combativo, com o qual ele teve os primeiros contatos entre 1951 e 1953.
Em 1957, acompanhado pelo Servo de Deus Simão Bororo e pelo salesiano coadjutor Jorge Wörz, o Pe. Sbardellotto iniciou a sua obra de educação, desenvolvimento social e evangelização entre os Xavantes, na missão de “Santa Teresinha”. Quando esta, no entanto, foi fechada, por causa da emigração dos indígenas daquela região, o padre Sbardellotto voltou a servi-los na missão de “São Marcos”, fundada por ele num terreno concedido pelo governo brasileiro, para evitar conflitos com a outra população indígena já presente naquela área, os Bororos. No início, os Xavantes eram poucos, cerca de 1.000 integrantes de cinco regiões. Hoje, somam uma população de 28.000 em todas as reservas.
A missão de “São Marcos” assinalou os 60 anos em abril de 2018 e encontra-se ativa até hoje, “com suor e sacrifício”, como afirmou um indígena Xavante no discurso em sua homenagem pronunciado em 2000, por ocasião dos 50 anos de sacerdócio do padre Sbardellotto.
“E nós, Xavantes, o que fazemos por ele? Nós simplesmente lhe damos a nossa oração e a nossa amizade” – continuou no discurso oficial daquele dia. “Reverendo Pedro, não temos nada para lhe dar mas, nas nossas orações pedimos que Deus lhe dê força e saúde para permanecer no meio de nós. Nunca esqueceremos o que fez por nós. Essas coisas são sinais muito surpreendentes para o povo Xavante de São Marcos e por isso lhe agradecemos”.
De acordo com o diretor da comunidade “Paulo VI”, Pe. Lauro Shinohara, onde o padre Sbardellotto vivia, o missionário “apagou-se como uma vela que se foi consumindo”.
Texto adaptado de InfoANS e Missão Salesiana de Mato Grosso.
Publicado no Boletim Salesiano n.º 572 de Janeiro/Fevereiro de 2019