Mãe de Deus, Mãe da Igreja, Rainha do Céu, Nossa Senhora. A veneração da Virgem Maria remonta ao início do cristianismo.
Remonta ao tempo das primeiras comunidades cristãs o início da devoção a Maria de Nazaré. A primeira seguidora de Jesus Cristo está presente nos Evangelhos e nos acontecimentos importantes da vida de Jesus. Para os cristãos ela é a Mãe de Deus Encarnado, por isso, é venerada desde o início do cristianismo.
O desenvolvimento da devoção mariana ao longo dos séculos deve-se aos escritos de vários Santos sobre o seu papel central no plano salvífico de Deus, e também a várias iniciativas dos Pontífices e Bispos. Os quatro dogmas marianos, a Maternidade Divina, a Virgindade Perpétua, a Imaculada Conceição e a Assunção, são verdades de fé para os católicos, sustentam e são parte integrante da fé em Cristo. Os textos dedicados à figura da Virgem Maria, orações, liturgia, dias santos, o reconhecimento de aparições, contribuíram igualmente para a tradição cristã e a devoção de milhões de católicos em todo o mundo. A Carta Encíclica Ad Caeli Reginam, a Exortação Apostólica Marialis Cultus, a Constituição Dogmática Lumen gentium ou a Encíclica Redemptoris Mater, são alguns dos textos essenciais na formação da Mariologia. Para a Igreja, é uma natural consequência da Cristologia.
Veneração, invocação e imitação
O culto mariano assenta na veneração, na invocação e na imitação. Maria é venerada como a mais sagrada das criaturas, a quem é reservado o termo teológico hiperdulia, veneração especial e maior. A sua intercessão como Mãe do Filho de Deus é invocada pelos cristãos para sua proteção nos perigos e necessidades. Na imitação das suas virtudes, os humanos aproximam-se da glória divina.
Virgem Maria na arte
A iconografia mariana é inequivocamente expressão da sua importância na espiritualidade popular. A mais antiga representação de Maria conhecida foi encontrada nas Catacumbas de Priscila, um dos mais antigos cemitérios subterrâneos das primeiras comunidades cristãs, em Roma, e data provavelmente do Século II. Ao longo dos séculos, a Virgem Maria é um dos temas principais na arte, particularmente as representações de Maria com o Menino Jesus. Maria está presente na obra de todos os grandes mestres, em especial no ocidente. A profusão das representações dos principais momentos da sua vida, da Anunciação e Natividade à Assunção e Coroação, atestam essa exaltação.
Maria e a devoção popular
Os principais acontecimentos da sua vida são celebrados como festas litúrgicas da Igreja e de culto obrigatório. Muitas das celebrações populares, em todo o mundo e em particular no nosso País, estão associadas a Maria. Locais de aparições deram origem a enormes peregrinações para os católicos. Os Santuários, sendo os maiores o Santuário da Virgem de Guadalupe, no México, de Nossa Senhora de Lourdes, em França, de Nossa Senhora da Aparecida, no Brasil, e o Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Fátima, são manifestações centrais da devoção a Nossa Senhora, com milhões de peregrinos a visitar os locais todos os anos.
Maria e Portugal
A devoção a Nossa Senhora em Portugal acompanha toda a história nacional desde a fundação. Quando, em 1646, depois da Restauração da Independência, Nossa Senhora da Imaculada Conceição é coroada por D. João IV, padroeira e rainha, é proclamada verdadeira soberana de Portugal. Seja nos louvores prestados pelos reis, na dedicação de catedrais e igrejas, nas preces de navegadores ou na veneração do povo, a devoção mariana é uma devoção nacional.
Imagem de entrada: Coroação da Virgem (1634), Diego Velázquez, Museu do Prado
Publicado no Boletim Salesiano n.º 604 de julho/agosto de 2024
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