Entrevista ao delegado da Província Portuguesa da Sociedade Salesiana ao Capítulo Geral 29, Pe. João Chaves, para o Boletim Salesiano.
Foi eleito Delegado da Província ao CG29. O que representa participar em tão magna assembleia?
Responsabilidade, oportunidade e compromisso. Responsabilidade porque tenho consciência de que sou portador da vida abundante e da missão salesiana da nossa Província. Oportunidade porque me será dado partilhar a vida com tantos Salesianos vindos dos mais variados cantos do mundo e experimentar a universalidade do carisma e da espiritualidade salesiana. Compromisso porque sou chamado a colaborar no discernimento dos caminhos que Deus quer para a Congregação a nível mundial nos próximos tempos.
Que propostas vai apresentar e qual gostaria fosse aprovada?
Não levo nenhuma proposta para apresentar. As propostas já foram todas elas enviadas a seu tempo, fruto do contributo e da reflexão individual, das comunidades e dos capítulos provinciais previamente realizados. Tenho presentes de modo especial as propostas que foram apresentadas pelo nosso Capítulo Provincial. Aquilo que se nos pede é tomar conhecimento de todas as propostas recolhidas a nível mundial e, a partir daí, discernir aquilo que é o caminho mais oportuno para a Congregação Salesiana no seu todo. Certamente que durante o processo terei oportunidade de fazer escolhas e opções, mas só nessa ocasião.
Irá ser debatida uma nova hierarquização de governo. Acha importante aplicar a sinodalidade à vida da Congregação?
A sinodalidade não é uma realidade nova na Igreja e na Congregação Salesiana, como se pode ver pelo exemplo do próprio Capítulo Geral. A acentuação que lhe estamos a dar nos dias de hoje é certamente um sinal dos tempos e um reforçar da comunhão que nos deve caraterizar enquanto discípulos de Jesus.
Dos 224 capitulares 209 são clérigos. Como se pode inverter esta tendência?
Os números manifestam uma forma de organização que identifica determinadas funções com o ministério sacerdotal, como por exemplo a função de provincial. Se percebermos que todos estes têm assento por direito neste tipo de encontros, percebemos que os números têm que ser radicalmente desequilibrados. As novas orientações do Papa Francisco dão espaço para uma possível alteração desta norma, possibilidade que certamente nós Salesianos não deixaremos de aproveitar.
Publicado no Boletim Salesiano n.º 607 de janeiro/fevereiro de 2025
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