Quinta-feira Santa
O MANDATO
Fazei isto em memória de Mim
Quando? Ao final da tarde, ou à noite.
Como proceder? A família reúne-se ao redor de uma mesa, com uma vela acesa, um jarro com água e uma bacia.
Guia – Meus queridos, hoje damos início ao Tríduo Pascal. Na liturgia da Igreja é como que uma única celebração na qual podemos contemplar, profundamente gratos e confiantes, os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Cada um de nós, pela fé e pelo batismo, participa de modo pessoal nestes mistérios. Como Igreja Doméstica, queremos experimentar, novamente, a força da nossa fé, que nos une ao mundo inteiro como uma só família. Infelizmente, as nossas igrejas estão fechadas, mas os nossos corações estão abertos à graça e ao amor de Deus. Rezemos unidos a todos os que sofrem com o Covid-19 e a todos os que combatem esta pandemia; que ao lavarmos os pés uns dos outros, possamos lavar a alma de tantos irmãos nossos que sofrem.
Todos – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amen!
Leitor 1 – Hoje, “a Igreja revive a Última Ceia, durante a qual o Senhor, na vigília da sua paixão e morte, instituiu o Sacramento da Eucaristia e o do Sacerdócio ministerial. Naquela mesma noite Jesus deixou-nos o mandamento novo, “mandatum novum”, o mandamento do amor fraterno.
Leitor 2 – À noite, revive-se a Última Ceia, quando Cristo Se deu a todos nós como alimento de salvação, como remédio de imortalidade: é o mistério da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã. Neste Sacramento de salvação o Senhor ofereceu e realizou para todos os que creem n’Ele a mais íntima união possível entre a nossa e a sua vida.
Leitor 3 – Com o gesto humilde e expressivo como nunca do lava-pés, somos convidados a recordar o que Senhor fez aos seus Apóstolos: lavando os seus pés proclamou de modo concreto a primazia do amor, amor que se faz serviço até à doação de si mesmo, antecipando assim também o sacrifício supremo da sua vida que se consumará no dia seguinte no Calvário”. (BENTO XVI, Audiência Geral, 19 de março de 2008).
Todos – Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz. Fazei isto em memória de mim.
Escuta da Palavra
(João 13, 1-15)
Guia – O Senhor esteja connosco.
Todos – Ele está no meio de nós.
Guia – Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S.João.
Todos – Glória a vós, Senhor.
Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Estavam a tomar a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou numa toalha e cingiu-a à cintura. Deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu lavas-me os pés?” Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou a fazer; mais tarde compreenderás”. Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. Simão Pedro disse: “Senhor, então lava-me não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça”. Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa de lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus pôs o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois Eu sou-o. Portanto, se Eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que Eu fiz.
Guia – Palavra da Salvação.
Todos – Glória a vós, Senhor.
(Momento de Silêncio)
Reflexão
Papa Francisco
Leitor 1 – “Jesus termina o seu discurso, dizendo: ‘Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais também vós’ (Jo 13, 15). Lavar os pés. Naquela época, os pés eram lavados pelos escravos: era uma tarefa de escravo. As pessoas percorriam os caminhos, não havia asfalto, não havia calçadas; naquele tempo havia a poeira dos caminhos e as pessoas sujavam os pés. Na entrada das casas havia escravos que lavavam os pés. Era um trabalho de escravo. Mas tratava-se de um serviço: um serviço feito por escravos. E Jesus quis desempenhar este serviço, para nos dar um exemplo do modo como nos devemos servir uns aos outros”. (Homilia de 29 de março de 2016)
Gesto Concreto
Guia – Jesus, lava os pés dos discípulos, lava os pés daqueles que Ele ama, lava os pés daqueles que estavam com Ele, daqueles que O levariam a todos os lugares. Lavar os pés é prenúncio da missão dos apóstolos de anunciar a mensagem do Mestre a todos os lugares, ambientes e nações.
Todos – Jesus, lavaste os pés dos discípulos em vista da Missão. Que ao lavarmos os nossos pés, nos preparemos para o anúncio do teu reino.
Guia – Neste momento, lavaremos os pés uns dos outros. Que no silêncio reinante neste momento, possamos transmitir a paz a todos quantos têm a missão de cuidar de nós: médicos, enfermeiros, trabalhadores em serviços essenciais, padres. Que ao lavarmos os pés uns dos outros, chegue a eles a nossa oração.
Um a um, cada membro da família toma o jarro e a bacia com água e lava os pés de outro membro. Não é necessário que um só lave os pés de todos, mas que todos lavem ao menos os pés de um outro familiar. Após o lava-pés, segue-se a oração:
Todos – Hoje, nós, mesmo pecadores, somos embaixadores de Jesus. Hoje, quando nos inclinamos diante de cada um de nós, pensamos: Jesus fez-me instrumento do seu amor, sinal da sua presença no meio de nós. Assim é Jesus: nunca nos abandona, ama-nos muito! Queremos levar Jesus a todas as pessoas, em todas as circunstâncias. Aonde formos, cumpriremos o seu mandato: “Fazei isto em memória de mim”, pois sabemos que Ele nunca nos deixa sós.
Guia – E agora, obedientes à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo, ousamos dizer: Pai nosso…
Oração
Guia – Ó Deus, que para a vossa glória e nossa salvação constituístes Jesus Cristo sumo e eterno sacerdote, concedei ao vosso povo, resgatado por seu Sangue, que, ao celebrar o memorial da sua paixão, receba a força redentora da sua cruz e ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Todos – Amen!
Bênção final
Guia – Que a bênção de Deus todo-poderoso, desça sobre nós e permaneça para sempre.
Todos – Amen!
Todos – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amen!
Guia – Bendigamos o Senhor!
Todos – Demos graças a Deus!
