Domingo de Páscoa
O ENCONTRO
Não arde cá dentro o nosso coração?
Quando? Ao final da tarde, ou à noite.
Como proceder? A família reúne-se à volta da mesa, com uma vela acesa e um pão para ser partilhado.
Guia – Queridos familiares, reunimo-nos como Igreja doméstica para elevar a Deus a nossa mais sincera oração neste dia em que celebramos a vitória da vida sobre a morte, do bem sobre o mal, da graça sobre o pecado. Como os discípulos de Emaús, queremos encontrar o Senhor ressuscitado no caminho da nossa vida, a fim de que Ele renove a nossa esperança e aqueça o nosso coração. Rezemos de modo especial por todos aqueles que, neste tempo de pandemia, perdem a esperança e não conseguem celebrar a alegria da Ressurreição.
Todos – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amen! Aleluia! Aleluia!
Leitor 1 – “Todos os anos, celebrando a Páscoa, revivemos a experiência dos primeiros discípulos de Jesus, a experiência do encontro com o Ressuscitado. De facto, a celebração do Dia do Senhor é uma prova muito forte da Ressurreição de Cristo, porque somente um acontecimento extraordinário e envolvente poderia levar os primeiros cristãos a iniciar um culto diferente em relação ao do sábado hebraico.
Leitor 2 – Então, como hoje, o culto cristão não é somente a comemoração de eventos passados, nem sequer uma experiência mística particular, interior, mas essencialmente um encontro com o Senhor ressuscitado, que vive na dimensão de Deus, além do tempo e do espaço e, todavia, se faz realmente presente na comunidade, nos fala nas Sagradas Escrituras e parte para nós o Pão da Vida Eterna. (BENTO XVI, Regina Coeli, 15 de abril de 2012).
Leitor 1 – Somente Jesus, “o Vivente, pode dar sentido à existência e fazer retomar o caminho a quem está cansado e se sente triste, desanimado e sem esperança. Foi o que experimentaram os dois discípulos que no dia de Páscoa estavam a caminho de Jerusalém para Emaús. Eles falam de Jesus, mas o seu rosto triste expressa as esperanças desiludidas, a incerteza e a melancolia.
Leitor 2 – De repente já não são duas, mas três pessoas que caminham. A presença de Jesus, inicialmente com as palavras, depois com o gesto de partir o pão, dá a possibilidade aos discípulos de O reconhecer, e eles podem sentir de maneira nova quanto já tinham sentido ao caminhar com Ele. Depois deste encontro, os dois discípulos «partiram sem hesitar e regressaram a Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros que andavam com eles, os quais diziam: «Verdadeiramente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!» (Lc, 24, 33-34). Com efeito, renasce neles o entusiasmo da fé, o amor pela comunidade, a necessidade de comunicar a boa nova. O Mestre ressuscitou e com Ele toda a vida ressurge; testemunhar este acontecimento torna-se para eles uma necessidade irreprimível”. (BENTO XVI, Audiência Geral, 11 de abril de 2012).
Todos: Não arde cá dentro o nosso coração? Cristo ressuscitou, Ele é a nossa esperança. Aleluia!
Escuta da Palavra
Guia – O Senhor esteja connosco.
Todos – Ele está no meio de nós.
Guia – Evangelho de Nosso Jesus Cristo segundo S. João.
Todos – Glória a vós, Senhor
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, a onze quilómetros de Jerusalém. Conversavam sobre tudo o que tinha acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus aproximou-se e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: “De que estais a conversar pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, e um deles chamado Cléofas disse-lhe: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias? Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos chefes entregaram-no para ser condenado à morte e crucificaram-no. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isto, há já três dias que tudo aconteceu! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um sobressalto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. Então Jesus disse-lhes: “Homens sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas anunciaram! Será que Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de menção de continuar a viagem. Eles, porém, insistiram com Ele, dizendo: “Fica connosco, pois já é tarde e a noite vem caindo!” Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu-lho. Nisto os olhos dos discípulos abriram-se e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então disse um ao outro: “Não ardia cá dentro o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” Naquele mesmo instante, levantaram-se e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
(Lucas 24, 13-35)
Guia – Palavra da Salvação.
Todos – Glória a vós, Senhor! (Momento de Silêncio)
Reflexão
Papa Francisco
Leitor 1 – “O encontro de Jesus com os dois discípulos parece simplesmente coincidência: assemelha-se a tantos encontros que acontecem na vida. Os dois discípulos caminham pensativos e um desconhecido junto a eles. É Jesus; mas os olhos deles não são capazes de O reconhecer. Então Jesus começa a sua ‘terapia da esperança’. O que acontece nesse caminho é uma terapia da esperança. Quem a faz? Jesus.
Leitor 2 – Todos nós, na nossa vida, tivemos momentos difíceis, escuros; momentos nos quais caminhávamos tristes, pensativos, sem horizontes, somente com uma parede diante. E Jesus está sempre ao nosso lado para nos dar a esperança, para aquecer o coração e dizer: Vai em frente, Eu estou contigo. Vai em frente.
Leitor 3 – O segredo do caminho de Emaús está todo aqui: mesmo diante das aparências contrárias, nós continuamos a ser amados, e Deus nunca deixará de nos amar. Deus caminhará sempre connosco, sempre, mesmo nos momentos mais dolorosos, também nos momentos mais feios, também nos momentos de derrota: ali está o Senhor. E esta é a nossa esperança. Avançamos com esta esperança! Porque Ele está connosco e caminha connosco, sempre!” (Audiência Geral de 24 de maio de 2017)
Gesto Concreto
Guia – O que mudou o encontro dos discípulos de Emaús com aquele viajante misterioso foi o convite que eles lhe fizeram para que ele ficasse ali, naquela casa. Foi esse convite que permitiu que o pão fosse partido e que os olhos deles se abrissem. Hoje, queremos pedir a Jesus Ressuscitado que fique sempre connosco.
Todos – Arde cá dentro o nosso coração, Senhor: fica connosco.
Guia – Que ao partir do pão, possamos experimentar a alegria do Ressuscitado. Aquecei, Senhor, o nosso coração.
O guia toma o pão e dá-o ele próprio a cada um dos membros da família. Após a distribuição, tendo cada qual o seu pedaço de pão na mão, rezam:
Todos – Ficai connosco, Senhor! Como os dois discípulos do Evangelho, nós Vos imploramos, Senhor Jesus: ficai connosco!
Leitor 1 – Vós, divino viandante, perito nos nossos caminhos e conhecedor do nosso coração, não nos deixeis prisioneiros das sombras da noite.
Todos – Ficai connosco, Senhor! Como os dois discípulos do Evangelho, nós vos imploramos, Senhor Jesus: ficai connosco!
Leitor 2 – Amparai-nos na fraqueza, perdoai os nossos pecados, orientai os nossos passos no caminho do bem.
Todos – Ficai connosco, Senhor! Como os dois discípulos do Evangelho, nós vos imploramos, Senhor Jesus: ficai connosco!
Leitor 3 – Abençoai as crianças, os jovens, os idosos, as famílias e especialmente os doentes. Abençoai os sacerdotes e as pessoas consagradas. Abençoai a humanidade inteira.
Todos – Ficai connosco, Senhor! Como os dois discípulos do Evangelho, nós vos imploramos, Senhor Jesus: ficai connosco!
Leitor 4 – Na Eucaristia fizestes-Vos “remédio de imortalidade”: dai-nos o gosto de uma vida plena, que nos faça caminhar nesta terra como peregrinos confiantes e alegres, olhando sempre para a meta da vida que não tem fim.
Todos – Ficai connosco, Senhor! Como os dois discípulos do Evangelho, nós vos imploramos, Senhor Jesus: ficai connosco! Ficai connosco, Senhor! Ficai connosco! Amen.
Todos comem o pedaço de pão que foi partilhado. Depois continua-se:
Guia – Digamos agora, todos juntos, a oração que o Senhor Jesus nos ensinou como modelo de toda a oração: Pai nosso…
Oração
Guia – Ó Deus, por vosso Filho Unigénito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a Ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Todos – Amen!
Bênção final
Guia – Que o Deus todo-poderoso nos abençoe nesta solenidade pascal e nos proteja contra todo pecado.
Todos – Amen.
Guia – Aquele que nos renova para a vida eterna, pela ressurreição de seu Filho nos enriqueça com o dom da imortalidade.
Todos – Amen.
Guia – E nós que, decorridos os dias da Paixão do Senhor, celebramos com alegria a festa da Páscoa, possamos chegar exultantes à festa das eternas alegrias.
Todos – Amen.
Todos – Abençoe-nos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amen! Aleluia!