O encontro anual de jovens shuar é um momento aguardado com ansiedade por todos e, para muitos, chegar ao destino exige verdadeiras aventuras, por vezes com travessias em canoas.
Falar das origens do trabalho missionário dos salesianos na Amazónia, é voltar a 1893, quando o Pe. Gioacchino Francesco Spinelli e o sr. Giacinto Pancheri chegaram a Gualaquiza para realizar o sonho de Dom Bosco no Equador. Desde o início, o trabalho dos salesianos centrou-se na orientação pastoral que gradualmente levou à criação de escolas, institutos, escolas agrícolas, internatos…
Passaram-se 126 anos e o trabalho dos salesianos no coração da floresta continua. Um bom exemplo é o Congresso Juvenil da etnia Shuar, realizado no final de maio, na comunidade de Tuutin Entsa, e que juntou cerca de 500 jovens das mais de 20 comunidades, acompanhados por seus Etserin, ou catequistas
O encontro anual é um momento aguardado com ansiedade por todos e, para muitas delegações, chegar ao destino exige verdadeiras aventuras, por vezes com travessias em canoas.
Este ano, o início do Congresso coincidiu com a Festa de Maria Auxiliadora, ampliando ainda mais a atmosfera de alegria, fraternidade, espiritualidade, que teve os nomes de Jesus e de Dom Bosco sempre entoados com grande devoção. A principal atividade do primeiro dia foi a noite mariana, para a qual foi construído um altar para acolher a Estátua de Maria Auxiliadora. Os jovens – alguns deles trajando à shuar – acompanharam-na em procissão, homenageando-a com loas e orações. Nos dias seguintes, todas as atividades – dinâmicas, entrevistas de formação, trabalhos em grupo… – transmitiam a mensagem central do encontro, centrada no lema do Reitor-Mor para 2019: “A santidade é também para ti”. No último dia do Congresso, durante a celebração Eucarística, vários jovens receberam o Sacramento da Crisma.
A realização do Congresso Juvenil Shuar só é possível graças à colaboração de muitas pessoas, todas dotadas de grande espírito missionário, e que se comprometem a garantir que os jovens Shuar possam viver uma experiência enriquecedora para as suas vidas. E graças, acima de tudo, à organização do Pe. José Delporte, Diretor da Comunidade salesiana de Taisha, iniciador do projeto, em 2002.
Hoje a Província do Equador compreende 24 obras em que trabalham 159 Salesianos, dos quais 110 são sacerdotes. São 31 os Centros Educativos Salesianos em que se formam cerca de 32.000 crianças e adolescentes. Dão vida a 40 oratórios festivos cerca de 1.200 animadores para 11.000 jovens.
Dignos de nota são também os programas sociais do “Projeto Salesiano Equador”, que promove o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade; o “Meninos(as) de Rua – Zona Norte”, que presta assistência a milhares de crianças e jovens de várias províncias do país; o ‘Voluntariado Juvenil Missionário’, que em mais de 35 anos de existência pôs ao serviço dos mais necessitados milhares de voluntários; e o ‘Movimento Juvenil Salesiano’ (MJS), que agrega cerca de 4000 jovens.
O caráter missionário é um dos traços caraterísticos da Província do Eaquador, visível no acompanhamento apostólico prestado às Comunidades indígenas dos Shuar e dos Ashuar, através das presenças amazónicas de Bomboiza, Sevill Don Bosco, Macas, Wasakentsa, Yaupi e Taisha, e também às missões andinas, através das presenças de Cayambe, Zumbahua, Simiátug, Facundo Vela e Salinas de Guaranda, que atendem a um total de 189 Comunidades
Publicado no Boletim Salesiano n.º 576 de Setembro/Outubro de 2019
Texto adaptado de Agência Info Salesiana