A obra tem o nome de “Casa Dom Bosco”, foi inaugurada no dia 24 de agosto, e conta com o apoio da Conferência Episcopal, da Editora Salesiana, do Banco Alimentar do Peru e da Fundação Dom Bosco.
Nas paragens de autocarro e nos lugares habituais de chegada de pessoas à capital peruana, Lima, encontra-se sempre um irmão venezuelano, cansado, com fome, perdido. A pergunta que os jornalistas costumam fazer àqueles jovens que acabaram de deixar a Venezuela é o que espera agora que está em Lima. “Ter pelo menos a oportunidade de comer, trabalhar e viver em paz”, é a resposta mais frequente. “Não há futuro na Venezuela”, diz Roque Díaz. “É muito difícil sobreviver”, diz Ilich Márquez. Histórias dolorosas e testemunhos amargos que se repetem.
O estado peruano acolheu mais de 353 mil venezuelanos que entraram no território. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (IOM), o perfil desta população venezuelana que chegou ao Peru nos últimos meses, é maioritariamente jovem, entre 18 e 34 anos, com nível de escolaridade superior.
Os salesianos do Peru não deixaram de ouvi-los e, ao clamor de milhares de venezuelanos, criaram uma casa de acolhimento para jovens migrantes e refugiados na antiga casa de formação de Magdalena del Mar, desocupada. A solução foi discutida na reunião dos salesianos que decorreu em Quito, Equador, em agosto, convocada para debater “O desafio da mobilidade dos jovens na América”.
A obra tem o nome de “Casa Dom Bosco”, foi inaugurada no dia 24 de agosto, e conta com o apoio da Conferência Episcopal, da Editora Salesiana, do Banco Alimentar do Peru e da Fundação Dom Bosco, que organizou esta iniciativa humanitária, e vai receber jovens entre os 18 e os 25 anos.
O novo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, e o antigo Diretor-Geral da Organização Internacional para as Migrações, William Lacy Swing, antecessor do português António Vitorino nesta organização intergovernamental, fizeram um apelo por um maior apoio internacional aos países e comunidades da região, que estão a receber um número crescente de refugiados e migrantes da Venezuela.
Uma das instituições que escutou o pedido e os irmãos da Venezuela foi a dos filhos de Dom Bosco, que são filhos de um migrante.
Publicado no Boletim Salesiano n.º 571 de Novembro/Dezembro de 2018