Dia da solicitude: “Trazer uma periferia para o centro”

Neste ano pastoral dedicado, no Patriarcado de Lisboa, à caridade, o Cardeal-Patriarca deseja que as paróquias escolham uma periferia e a coloquem no centro da sua ação. 

O Cardeal-Patriarca de Lisboa convidou as comunidades cristãs da diocese a “olhar à sua volta e ver qual a periferia que precisa de ser centralizada, na atenção e na ação”. D. Manuel Clemente falava no Dia da Solicitude que reuniu, no Turcifal no dia 18 de outubro, os agentes sociocaritativos. […]

Neste ano pastoral dedicado, no Patriarcado de Lisboa, à caridade, o Cardeal-Patriarca deseja que as paróquias escolham uma periferia e a coloquem no centro da sua ação. […]

O Cardeal-Patriarca deixou depois vários exemplos de periferias a que as comunidades cristãs podem atender. “Por exemplo, pode ser – e nalgumas zonas da nossa cidade é, com certeza – a grande quantidade de população idosa e só. Nalguns meios da nossa diocese, esta é a grande periferia. Uma população que não só não é visitada, como muitas vezes não tem possibilidade de tratar tudo aquilo que precisava para a sua vida”, manifestou, lembrando ainda que, na diocese, “há muita gente que não participa nas celebrações paroquiais porque não tem possibilidade de se deslocar”. “Também há paróquias – e são iniciativas bonitas, que vão surgindo – com paroquianos que se organizam e vão buscar essas pessoas e as transportam à Eucaristia dominical. Às vezes, isso até se complementa com um convite para almoçar. Isto seria muito importante, até para a nossa sociedade em geral”, alertou. “Os idosos são uma periferia a que nós temos que atender verdadeiramente”, reforçou. […]

Noutros locais, a periferia é a “integração e a aproximação das etnias”. “Numa cidade como Lisboa, ou neste concelho em que estamos, Torres Vedras, a população brasileira já está na ordem dos milhares. São pessoas que vêm de uma outra latitude, têm proximidade connosco, até linguística, mas muitas vezes não estão integradas. Tal como os que vêm dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], que também têm a proximidade linguística, mas há outros que vêm dos sítios de onde nunca vem ninguém. Neste momento, temos milhares de nepaleses. São milhares de quilómetros geográficos, são milhões de quilómetros culturais. Temos que olhar para isso. Não são cristãos? Está bem, mas são pessoas”, frisou D. Manuel Clemente, dando ainda como exemplo a “muita gente de etnia cigana”. Para o Cardeal-Patriarca, esta periferia “é dos melhores contributos, senão o melhor contributo, que as comunidades cristãs podem dar à sociedade em geral”. […]

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“E o que se passa no mundo dos hospitais? E o que se passa no mundo das prisões? E o que não se passa no mundo da reintegração social das pessoas que cumpriram penas? Se nós começarmos a olhar, pode-se fazer e pode acontecer”, considerou.

Fonte: Diogo Paiva Brandão/Voz da Verdade

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