Durante três dias, de 19 a 21 de novembro, o Papa Francisco congregou economistas, empresários, gestores e estudantes com menos de 35 anos, de 120 países, incluindo Portugal, para debater ações que contribuam para uma mudança do modelo socioeconómico atual.
À conferência digital, e ao movimento de reflexão e debate, deu o nome “Economia de Francisco”, referindo-se ao Santo de Assis e à coerência com que viveu nos planos económico e social o Evangelho. O Papa pretende com este movimento gerar um compromisso partilhado com preocupações sociais, ambientais e humanitárias que resolva os problemas estruturais da economia sem “alma” e que garanta o protagonismo das gerações mais jovens e de todos os excluídos na definição do tecido social.
Anunciado em maio de 2019 para realizar-se em Assis em março deste ano, o encontro foi adiado devido à pandemia e acabou por realizar-se exclusivamente online com a presença de economistas, ativistas, empresários e vários académicos como oradores.
No final do segundo dia do encontro, jovens participantes de 19 países (Portugal, Reino Unido, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Chile, Peru, Colômbia, México, Filipinas, Coreia do Sul, Índia, Sri Lanka, Ucrânia, Croácia, Nigéria, Camarões, Espanha, Itália) partilharam projetos locais e convites à ação na maratona “24 horas, à volta do mundo”.
No terceiro e último dia, numa mensagem em vídeo, o Papa Francisco recusou a visão de que estamos “condenados” a um modelo económico apenas baseado no lucro. “Para mim, este encontro virtual em Assis não é um ponto de chegada, mas o impulso inicial de um processo que somos convidados a viver como vocação, como cultura e como pacto”, afirmou.
O encontro mundial terminou com uma declaração de compromisso pelo direito ao trabalho digno, respeito pelos pobres, investimento na educação, sustentabilidade, igualdade de oportunidades e o fim de paraísos fiscais.
No dia 5 de dezembro, a Comissão Nacional Justiça e Paz, da Conferência Episcopal Portuguesa, vai realizar o webinar “VIVER A Economia de Francisco”, com os testemunhos de três participantes portugueses e uma conversa com o professor Luigino Bruni, diretor científico do evento.