As possibilidades de desenvolvimento económico e social dos cultivadores de chá do distrito de Tinsukia, no estado de Assam, Índia, passam também pelo espírito de solidariedade de tantos Benfeitores em todo o mundo, devidamente animados pela Procuradoria Missionária Salesiana, “Salesian Missions”, com sede em New Rochelle-NY, EUA.
Gaças à ação dessa Procuradoria, 35 agricultores, empenhados em cultivar 7,59 hectares de terra, são apoiados e acompanhados com projetos de crédito para o desenvolvimento. Catorze (14) deles já colheram as primeiras folhas de chá e tiveram algum lucro, estando agora a restituir os empréstimos recebidos, num belo círculo… virtuoso que permitirá aos salesianos ajudar mais outros agricultores.
“O objetivo do projeto – explicou o Pe. Gus Baek, responsável pela “Salesian Missions” – é ajudar os trabalhadores do chá a começar a cultivar o seu terreno, permitindo-lhes tornar-se proprietários das suas pequenas plantações de chá, desenvolvendo um lucro sustentável de longo prazo. Aos camponeses é dada assistência para começar, seja através de um auxílio económico, seja através de formação agrícola, seja ainda através da doação de mudinhas de chá. Visa-se, pois, que possam desenvolver sua própria atividade consolidando uma pequena economia”.
Sukram Murah é um dos 14 pequenos agricultores que, graças aos salesianos, já está a ganhar com a sua pequena área cultivada com chá. Não se cansa de repetir que, para ele, o apoio económico dos filhos de Dom Bosco foi uma verdadeira bênção. Antes, o seu trabalho principal era de trabalhador à jorna. A formação técnica salesiana em agricultura ensinou-o a plantar mais de um tipo de cultura. Assim, além das folhas de chá, Murah plantou na sua horta 80 ramos de noz-de-areca, ou bétel, duplicando o lucro da sua modesta área.
A Índia é um dos maiores produtores de chá do mundo, com quase 70% do chá destinado ao comércio interno. A indústria do chá indiana cresceu, alcançando marcos globais, tornando-se uma das indústrias de chá mais desenvolvidas do mundo do ponto de vista tecnológico. Nos distritos de Golaghat, Sivasagar, Dibrugarh e Tinsukia no Assam há muita plantação de chá. Essas plantações são cuidadas por trabalhadores que, apesar das longas horas de trabalho, com frequência não recebem o salário suficiente para satisfazer exigências básicas, ou para sair da pobreza. Muitos desses trabalhadores do chá possuem pequenos terrenos, mas, por vários motivos, deixam a terra inculta, saindo de casa para trabalhar nas grandes fazendas. Em tempos de crise financeira, são, muitas vezes, obrigados a hipotecar a terra para obter pequenos empréstimos e, quando não estão em condições de os repor, a terra é-lhes confiscada.
Os salesianos na Índia, cientes dessa difícil situação, estão também a trabalhar para oferecer aos trabalhadores do chá a oportunidade de quebrar o duro círculo da pobreza – para si e para seus filhos.