Decorreram em Fátima nos dias 26 e 27 de setembro, as Jornadas Nacionais de Comunicação Social da Igreja. Criatividade, produtividade, sustentabilidade, integridade, literacia mediática e desinformação, foram alguns dos assuntos abordados.
Organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, órgão da Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais, as jornadas deste ano levaram a Fátima alguns especialistas e formadores para, em conjunto com várias dezenas de participantes, debater o uso da Inteligência Artificial na comunicação.
Os espaços da Domus Carmeli, em Fátima, receberam mais uma vez o encontro de especialistas em comunicação, do marketing ao jornalismo, da bioética à comunicação na Igreja. Nos dois dias de encontro, Francisca Seabra, CEO da agência de relações públicas Burson; Ana Pinto Martinho, jornalista e formadora do Cenjor – Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas; Ricardo Dias, docente e formador do Cenjor; Padre Miguel Neto, diretor do Gabinete de Informação da Diocese do Algarve; Isadora Fonseca, docente da Universidade Católica Portuguesa (UCP); Joana Beleza, jornalista do Expresso e subdiretora de Áudio e Multimédia do Grupo Impresa; e Mara de Sousa Freitas, diretora do Instituto de Bioética da UCP e professora auxiliar da Faculdade de Medicina (UCP), partilharam visões diferentes sobre a Inteligência Artficial, diferentes usos, desde a utilização em tarefas de suporte à criação, os benefícios e os perigos.
As Jornadas da Comunicação são uma formação anual para os meios de comunicação social, e para os que trabalham nos sectores de animação e comunicação da Igreja, e atraem todos os anos dezenas de participantes.
D. Nuno Brás apresentou algumas notas finais sublinhando que o papel do jornalista é colocar questões, sendo por isso “uma das grandes qualidades do jornalista e do ser humano” que não será substituída por processos mecânicos. “Este tema e estas jornadas serviram para isso”, rematou.
Padre António Rego: “Fui chamado a Evangelizar”
O final do encontro foi reservado para uma homenagem ao Cónego António Rego, nos 60 anos de ordenação sacerdotal e de serviço à Igreja no jornalismo.
O Padre António Rego foi jornalista em vários meios de comunicação social, imprensa, rádio e televisão, com programas como “Hoje é domingo”, “Nota do Dia”, “Meditando”, “Diálogo com os que Sofrem”, “Esquema XIII”, “Verdade e Vida”, “Andar faz caminho”, “Toda a Gente é Pessoa”, “O homem sem tempo”, “Alfa e Omega”, “70×7”, “Palavra entre palavras”, “Reflexo”, “Oitavo Dia”, no seu currículo de mais de 50 anos em comunicação social.
Também o seu empenho no diálogo com as outras religiões foi sublinhado, recordando o seu papel na criação do programa diário da RTP2 e da Antena 1 “A Fé dos Homens”, dedicado às diferentes religiões reconhecidas em Portugal e instituídas através de uma Igreja própria.
Entre agradecimentos, o sacerdote lembrou que foi “chamado a Evangelizar”, e que sempre trabalhou com esse “entusiasmo”.
À homenagem associaram-se o Patriarca, D. Rui Valério, o Cardeal D. António Marto, familiares e vários colegas de profissão que recordaram alguns momentos partilhados.
José Lopes Araújo, jornalista da RTP e antigo diretor das Relações Institucionais e Arquivo da RTP, afirmou: “Sempre foi visto entre nós como um de nós, um profissional”. Na véspera, dia 26 de setembro, o Cónego António Rego foi condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Fotografias: Agência Ecclesia