“Eu sou, eu sou uma criança com futuro!” Repetia a letra da música na casa Mãe Margarida. Música dançada por alguns deles e um outro dizia-me que era da sua autoria. Esta casa, diferente de todas as obras salesianas que conhecia, foi uma das que, o Provincial Pe. José Aníbal Mendonça e eu, visitámos em Angola e que, juntamente com a Casa Magone e Kala-Kala, fazem parte de um projeto dos Salesianos para acolher os meninos da rua.
Mas as diferenças não se resumem a esse projeto. Trata-se certamente de outra maneira de ver o mundo, o tempo, a vida ou a lotação de um veículo.
Tal diferença torna-se bem evidente quando a missa da Profissão Perpétua da irmã Rute Mesquita, uma mercedária que não esconde o seu amor a Dom Bosco e que foi ajudada pelos Salesianos a discernir a sua vocação, só pôde demorar duas horas e meia porque a seguir havia outra celebração. Quando numa única comunidade salesiana de Angola pode haver mais nacionalidades do que em toda a nossa Província. Ou quando uma mota, tipo triciclo, pode levar mais pessoas lá do que aqui uma carrinha de nove lugares.
Para além disso, encontrámos uma Visitadoria cheia de amor a Dom Bosco, empenhada na obra salesiana, desde o padre Vitor Sequeira, superior da Visitadoria, que tão bem nos acolheu, juntamente com a Comunidade da Sede, ao nosso padre Adolfo Duro que encontrámos tão feliz no meio dos pós-noviços, ao padre Alberto José à frente de um moderníssimo centro de catequese, ou ao Celso Seabra, “chefe” dos voluntários e que nos conduziu com maestria por Luanda e pelas comunidades salesianas.
Estou completamente de acordo com aquela criança. Ela tem futuro e esta Visitadoria de Angola também.
Publicado no Boletim Salesiano n.º 565 de Novembro/Dezembro de 2017