Manique: Pe. José F. Fernandes comemora 97 anos

A comunidade da Residência Artémides Zatti celebrou no dia 18 de novembro os 97 anos do Pe. José Fernandes. A comunidade da Residência Artémides Zatti celebrou no dia 18 de novembro os 97 anos do Pe. José Fernandes.

De sublinhar o sentido fraterno destes acontecimentos e como os Salesianos idosos e doentes da Casa Artémides Zatti são tratados. Modelo para tantos Lares onde muitas vezes falta o calor e as relações humanas tão propícias no prolongamento da vida, como afirmam as novas ciências neurológicas. 
O Diretor, padre Manuel Mendes, ofereceu um telemóvel moderno ao aniversariante, que gostou tanto da novidade que andou toda a tarde a tentar aprender a usá-lo. 
Publicamos a saudação que lhe fez o Pe. Jerónimo Rocha Monteiro e o “Obrigado” do Pe. Fernandes. Vale a pena ler.

Mestre, Parabéns

Alvíssaras de aniversário, aqui vão elas!
Um menino nasceu inundado de luz,
Brilha em seu rosto um rosal de estrelas,
Em seu coração o amor de Jesus.

Pe. José Fernandes, Deus o fez poeta, 
Mestre de letras e de tanta bondade.
Longe caminhou mas alcançou a meta.
Parabéns mil, felizes, da comunidade.

O destino o conduziu. Dom Bosco o chamou.
Ensaiou passos na lecionação. A agradecer-lhe
Em nome de todos, aqui estou.

E o agradecimento do aniversariante, Pe. José Fernandes:

OBRIGADO (pelos 97 anos)
Ao modo do grande poeta e escritor Michel Quoist

Obrigado, Senhor, muito obrigado
Por me terdes criado.
Obrigado pelos antecessores,
Pais e avós, cristãos trabalhadores.
Obrigado por tudo quanto me haveis dado
Pela cabeça pensante e às vezes sonhadora
Que de vós se esquece para dizer
Muito obrigado.
Pelo pão que esta manhã me destes
E que os padeiros fabricaram
Enquanto eu dormia um sono regalado.

Obrigado pela água com que me lavo
E pela água com que mato a sede.
Obrigado pelo vestuário de cada dia,
Por quem foi tecido?
Pelos tecelões e tecedeiras
Que são vossos concriadores.
Por tudo muito obrigado, Senhor,
Digno de todo o louvor.

Obrigado por quem limpa o chão que piso
O qual às vezes é lavado
E quem o lava, avisa
Para passar com cautela
“Porque senão, escorrega”
Obrigado, quando vem o carro do lixo,
Tonitruante 
E com ele os carregadores. Obrigado
Porque a limpeza é saúde e beleza:
Todos somos irmãos: palavra doce na boca.
Obrigado, Senhor, pelos superiores e professores
Amigos, companheiros que pusestes ao meu lado.
Obrigado porque nunca me faltou trabalho
E instrumentos com que me avio.
Por estas mãos com que escrevo:
São vossos dons, obrigado.

Obrigado, Senhor, pelos livros
Que preparais para eu ler e aprender.
Obrigado pelo papel para escrever.
E donde vem ele. Quiçá…?
– não das árvores neste verão queimadas?
Ou, das preparadas, trabalhadas, empasteladas
Por gente que não conheço?
Por toda essa gente vos agradeço,
Neste papel escrevo o que for preciso
E o que me perpassa pelo juízo… Senhor,
Por este lápis que é preciso afiar
Com “Palaçoulo” de Miranda do Douro
Onde vi a luz pela primeira vez
Por isso me chamam mirandés.
Obrigado, Senhor, 
A quem devo tanto favor
Que não consigo contar.
E ficais contente com este meu obrigado?
E serdes vós o meu obrigador?
Tudo vem de vós, tudo para vós.
Ó Rei de amor.

Manique, 18 de novembro de 2017
José Franc. Fernandes 

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