No último dia do Meetup Digital Salesiano de Comunicação, Júlia Duro, responsável pelo projeto IDE, falou, aos cerca de 50 participantes oriundos das diferentes presenças salesianas em Portugal e Cabo Verde, sobre “Meios para contar histórias”.
Licenciada em Comunicação Social pela ESPM (Rio de Janeiro), Júlia sempre trabalhou com publicidade, contudo, atualmente, realiza projetos audiovisuais com as Dioceses de Braga e Santarém, enquanto pretende ajudar as pessoas a evangelizar no meio digital, através do projeto IDE.
No início da sessão, e porque o tema assim o exigia, Júlia começou por contar a sua história de vida. Fê-lo de forma emotiva, entusiasta e verdadeira, demonstrando que “o ser humano deixa sempre a sua marca na história que conta”.
Existem vários sítios e formas de contar uma mesma história, porém, o trabalho de quem comunica histórias está facilitado, pois temos ao nosso dispor, vários tipos de equipamentos, que não implicam um grande investimento, e que nos permitem partilhar histórias, de forma rápida e eficaz. Talvez por isso, os jovens sejam, neste momento, “os maiores produtores nas redes sociais”, concluiu a formadora.
Num inquérito feito por um jornal britânico a jovens, 34,2% afirmaram que, no futuro, gostariam de ser youtubers, 18,1% têm a ambição de se tornar vloggers, sendo que apenas 6,4% dos entrevistados pretende vir a tornar-se advogado. Estes dados espelham bem a realidades que vivemos: “os nossos jovens também querem contar histórias”, eles desejam “participar da narrativa”, sublinhou Júlia Duro. “Os jovens”, explicou, “não arranjam desculpas, arranjam meios”.
Sendo a Comunicação multimédia a preferida, atualmente, uma vez que “facilita a compreensão e aprendizagem”, a questão que se impõe é: qual o melhor meio para contar a minha história?
Depende sempre de três aspetos: a identidade de quem está a produzir o conteúdo. Se não estivermos à vontade com o trabalho que estamos a fazer, vamos provavelmente produzir um mau conteúdo. “Se não se sentir muito bem em expor a sua imagem, por timidez, por exemplo, pode produzir um áudio. O podcast é um formato que está a crescer muito, e não requer praticamente nenhuma estrutura”. O segundo aspeto, tem a ver com a própria mensagem, que meio melhor se adequa a ela. Por último, o público. A caracterização do público-alvo vai ajudar-nos a determinar os meios a usar.
Diferentes opções
Agora que já temos uma base sobre a qual podemos desenvolver a nossa história é importante decidir como, ou através de que plataforma, a vamos transmitir.
Se optarmos por conteúdos áudio temos à nossa disposição: podcasts, audioboks, clipes de áudio. Estes são “fáceis de consumir” e não exigem “grande estrutura”, referiu a formadora. Um aspeto que sublinhou a formadora, e talvez muitas vezes descurado, é a importância do som. Num conteúdo vídeo é muitas descurada a qualidade do som quando o público é capaz até de tolerar uma imagem com alguns problemas, mas de certeza que não vai ver um vídeo até ao final se tiver graves problemas de som.
No caso de preferirmos conteúdos vídeo as possibilidades aumentam e temos ao dispor: eventos gravados, interpretações (quando preparamos um guião e gravamos segundo esse esquema), exposições (apresentações, workshops, formação), vlogs, entrevistas ou animação (apresentação de fotografias animadas, por exemplo).
Tal como referiu Júlia Duro, e segundo dados de 2019, no próximo ano, ”cerca de 89% da Internet será vídeo”, assim, é fácil compreender a importância que este tipo de conteúdos têm vindo a assumir.
A formadora apresentou, ainda, uma timeline, que poderá ser usada tanto para desenvolver conteúdos áudio como vídeo, e que destaca as várias etapas da preparação de um qualquer conteúdo. Devemos começar por definir um objetivo, preparar um guião que nos vai orientar, fazer a captação do nosso material (som ou imagens ou ambos), fazer a edição do conteúdo recolhido e, por fim, proceder à distribuição do produto final. A edição, sublinhou, é a parte mais importante e é aquela em que mais vezes produtores de conteúdo amadores ignoram.
Um aspeto que sublinhou a formadora, e talvez dos mais ignorados, é a importância do som. Num conteúdo vídeo é muitas vezes descurada a qualidade do som quando o público é até capaz de tolerar uma imagem com alguns problemas mas de certeza que não vai ver um vídeo até ao final se tiver graves problemas de som.
“Quando pensamos em produção vídeo, pensamos numa equipa enorme, muitos aparelhos, tecnologia. Mas não tem de ser assim. No meu trabalho, uso apenas duas câmaras, algumas luzes e um cenário belíssimo”, referiu Júlia.
No final do encontro, o Pe. Rui Alberto, delegado provincial da Comunicação Social e diretor editorial das Edições Salesianas, agradeceu a participação de todos nesta ação de formação, destacando a heterogeneidade dos participantes. “Destaque para o interesse e participação de todos, partilhando este entusiasmo por querer comunicar melhor”, concluiu.