No quarto dia do Meetup Digital Salesiano de Comunicação, no qual estiveram presentes mais de 50 participantes das diversas presenças salesianas de Portugal e Cabo Verde, falou-se de Storytelling.
Marta Fresco, que desenvolve, desde 2008, cursos e oficinas de Escrita Criativa e Storytelling, foi a oradora desta sessão e começou por apresentar o conceito que passa por “trabalhar a forma como passamos a mensagem ao outro” e que une os dois conceitos, “a história e o contar”.
A comunicação humana é feita de histórias, desde sempre. Antigamente, as pessoas reuniam-se à volta da fogueira para ouvir e contar histórias, atualmente, recorremos à internet ou às redes sociais para ouvir histórias durante todo o dia. Estas podem ser longas ou breves, engraçadas ou tristes, tocantes ou extraordinárias, mas a verdade é que elas dão sempre conta das nossas experiências. “Nós somos feitos de histórias”, sublinhou a oradora.
As histórias ajudam-nos a perceber o que se passa à nossa volta, isto porque, tal como destacou a formadora, “o impacto da história cria em nós uma memória”.
Uma boa história
Porquê recorrer ao Storytelling? Tal como referiu Marta Fresco, “o nosso cérebro organiza-se com histórias, para estabelecer a ligação entre factos, para a compreensão do mundo”, assim as histórias são “o método mais efetivo na criação de memória”, concluiu.
Para a escrita de uma boa história devemos seguir alguns passos simples: “O fio condutor é: Como começou? O que aconteceu? E como terminou?”. Ao escrever a história devemos definir o “quem”, o “o quê” e o “onde”, a viagem em que vamos levar o leitor/espetador, o princípio e o fim, e a forma como vamos envolver e criar a relação com o público-alvo definido. Quando temos todos estes aspetos definidos devemos tentar reduzir a nossa história a uma frase que seja “inequívoca, sucinta, fácil de recordar, afirmativa e positiva, universal”, referiu a formadora. São estas, então, as bases para construir uma boa história, à luz das regras do Storytelling.
Para ajudar à compreensão da estrutura desta técnica, Marta Fresco deu como exemplo a escrita de guiões, propondo um exercício prático à audiência. Com base numa imagem, os participantes foram desafiados a construir a sua história.
Numa sessão interessante, a formadora orientou os participantes para aplicações diversas do método e, de forma cativante, partilhou ainda algumas sugestões para aprofundar o conhecimento sobre o tema, sugerindo, por exemplo a leitura do livro O herói de mil faces, da autoria de Joseph Campbell.
A oradora destacou, ainda, a importância de transmitir “as nossas histórias”. “Não é essencial que sejam histórias pessoais, mas devemos comunicá-las com a nossa verdade, com a nossa autenticidade”, sublinhou.