Testemunho de Nuno Rogeiro
«O Musicentro faz um quarto de século. Em qualquer país do mundo desenvolvido seria uma referência internacional, academia informal de formação e informação de grandes músicos, e não menos grandes mulheres e homens.
Sei do que falo.
A Cristina entrou nessas portas com aptidão no piano, uma grande paixão pela música instrumental e vocal, entusiasmo e vontade de crescer.
O Musicentro deu-lhe esse crescimento, e muito mais.
Ensinou-a, fê-la descobrir coisas ignoradas, ou só pressentidas, abriu-lhe horizontes, educou-lhe o ouvido e o ser, tornou-a mais completa, mais aberta para todas as músicas de qualidade, mais exigente e mais tolerante.
Não é só uma escola de escol, essa palavra antiga portuguesa que sempre designou o que os franceses chamam «elite». É um local onde a personalidade não hostiliza o grupo, e onde o grupo reconhece a personalidade.
Ali formam-se talentos, mas também generosidade e ajuda. Os mais rápidos auxiliam os mais lentos, os mais acordados ajudam os mais sonolentos, as qualidades reveladas encorajam as qualidades por revelar.
Vi casos de crianças que se tornaram adultas, na música e na sua visão sobre o mundo, por causa do Musicentro.
Vi casos de autossuperação que pareceria, noutros tempos e noutros sítios, milagrosa.
Vi casos de génese e de revelação, de transformação e de revolução.
Vi crianças naturalmente tímidas e fechadas, que se libertaram e desenvolveram, sempre em equilíbrio.
Vi uma grande paixão, sacrifício e dedicação de todos os docentes, como se tivessem descoberto uma maravilha pela primeira vez.
No meio de tantas incertezas da vida, este é o Centro certo.
Bem-aventurada escola que o alberga.
E felizes os pais que o descobrem todos os anos, todas as semanas, todos os dias, todas as horas».