Papa Francisco no Iraque: Mensagem pela paz, pelo diálogo e pela fraternidade na primeira visita de um papa

Apesar dos receios com a segurança e a pandemia da Covid-19, o Papa Francisco realizou a histórica primeira viagem de um Papa ao Iraque.

Era um “dever”, segundo o Papa Francisco, e um desejo que os seus dois antecessores, João Paulo II e Bento XVI, não conseguiram concretizar. “É um dever para com uma terra martirizada durante tantos anos”, justificou aos jornalistas.

Durante os três dias da visita, 5, 6 e 7 de março, o Papa Francisco visitou Bagdad, Najaf, Ur, Mossul, Qaraqosh e Erbil; falou de paz, diálogo, fraternidade, perdão e reconstrução nos vários encontros que teve com autoridades políticas e religiosas, com a comunidade católica, de outras igrejas cristãs e de outras religiões.

No meio dos destroços da praça das quatro igrejas de Mossul, o Papa Francisco rezou pelo povo iraquiano e pelas vítimas da guerra e do terrorismo. “Se Deus é o Deus da vida – e é-o –, não nos é lícito matar os irmãos em seu nome. Se Deus é o Deus da paz – e é-o –, não nos é lícito fazer a guerra em seu nome. Se Deus é o Deus do amor – e é-o –,não nos é lícito odiar os irmãos”. O Papa expressou com vigor a condenação da violência em nome das religiões. A visita ao aiatola Ali al-Sistani foi outro gesto forte da necessidade do diálogo com o mundo islâmico.

A viagem teve também o propósito de voltar a atenção para a perseguição aos cristãos no país onde a presença cristã remonta às origens do cristianismo. Dos cerca de 1,5 milhões de cristãos que viviam no Iraque antes da segunda Guerra do Golfo, estima-se que permaneçam apenas 250 mil, uma diminuição de mais de 80%. Segundo dados da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) o êxodo mais intenso ocorreu após a intervenção militar dos Estados Unidos da América em 2003, e entre 2014 e 2017, quando o Daesh ocupou Mossul. O relatório da AIS “Life after ISIS: New challenges to Christianity in Iraq” afirma que os Cristãos estão ameaçados de extinção no país e que só com investimentos na segurança, na educação, na economia e na reconstrução podem restabelecer a comunidade cristã no país.

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Fotografia: Vatican Media

Publicado no Boletim Salesiano n.º 586 de Maio/Junho de 2021

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