Comunicar, desde o Lema do Reitor-Mor para 2020

Hoje, dia 24 de maio de 2020, celebra-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Foi a única celebração dedicada pela Santa Sé estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se todos os anos no domingo antes do Pentecostes.

Nesse sentido, é importante, enquanto comunicadores de ambientes Salesianos, refletirmos este dia na importância de comunicar e a forma de o fazer.

Centremo-nos no Lema do Reitor-Mor, Pe. Àngel Fernández Artime, que tem como tema: “Bons cristãos e honestos cidadãos”, tendo como fundamentação teológica a frase «Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu» (Mt 6,10).

Como comunicadores, somos voz dos ambientes que representamos e, revestidos das nossas personalidades e vivências, vamos comunicando com os outros. «Bons cristãos e honestos cidadãos» é a frase de São João Bosco e que foi retomada pelo Reitor-Mor neste Lema, ajudando-nos a pensar também sobre os fundamentos das formas como comunicamos neste tempo.

Nesta nossa missão, diz o Pe. Àngel Artime, «não podemos “viver no limbo”, como se nada tivesse a ver com a vida, a justiça, a igualdade de oportunidades, a defesa dos mais frágeis, a promoção da vida cívica e honesta. Esta dimensão é hoje mais urgente do que nunca, uma vez que a sociedade em que vivemos não acredita muito nestes valores». E afinal o que comunicamos? De que lado estamos? A reflexão do Lema deste ano é atual e necessária.

Estamos preparados para um mundo que nos bombardeia com fake news. Teremos tempo ou vontade para fazermos nós o trabalho de polígrafos da verdade? Ser “honesto cidadão” deve ser o foco da nossa vida. E isto é trabalhoso, especialmente no que se refere a partilha de informação e a emitir a mensagem corretamente. E para que isto se faça com verdade é necessário muito diálogo. É necessário partilha, proximidade, trabalho conjunto…

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Sobre este ponto particular, o Reitor-Mor sublinha «a importância do diálogo, que carece de outros atributos como saber escutar, falar de modo compreensível, ser capaz de propor experiências de comunhão». Continua dizendo que «o diálogo não consiste apenas em dar sugestões. Quando dialogamos temos de procurar compreender a experiência vivida pelo outro e o seu modo de pensar. Por isso, é sempre importante favorecer o clima de respeito perante as inegáveis diferenças, como também reconhecer que o diálogo requer humildade para admitir as próprias limitações e confiança para valorizar as próprias riquezas».

Isto interpela-nos a ser melhores comunicadores. O diálogo ajuda-nos a poder assumir juntos o dever de servir a justiça e a paz, que deverão tornar-se um critério básico de todo o intercâmbio comunicacional.

O anúncio

Como agentes de comunicação temos o mandato de anunciar, de ser fiéis ao envio de “ir e anunciar”, dado por Jesus. Pegando novamente nas palavras do Reitor-Mor, diz-se: «o Papa Francisco recorda insistentemente a importância de anunciar o Evangelho. «Não pode haver verdadeira evangelização sem o anúncio explícito de Jesus como Senhor e sem existir uma primazia do anúncio de Jesus Cristo em qualquer trabalho de evangelização.» Lembra-nos que «o anúncio jamais deverá ser proselitismo, e em cada contexto terá uma expressão diferente; por exemplo, o anúncio do Evangelho será diferente em contextos não-cristãos ou pós-cristãos».

Afirma ainda o Pe. Àngel que «tal anúncio encerra na sua essência as três grandes verdades do cristão: Deus ama-nos, Cristo salva-nos e o Espírito dá vida e acompanha na vida. Como fazer este anúncio? Pergunta-nos o Reitor-mor, acrescentando que principalmente com a certeza de saber que o anúncio se propõe e permanece aberto para que a Graça do Espírito possa suscitar a fé.  Somos então convidados a comunicar com um «estilo marcado pela familiaridade e proximidade, e deve ser personalizado, mesmo estando em grupo ou em comunidade, ou seja, deve chegar a cada pessoa».

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Qual a melhor opção para se fazer esse anúncio? Concordando com o Reitor-Mor, friso as palavras do Lema, em que o testemunho é a nossa forma mais eficaz de comunicar com cada pessoa. «O valor do testemunho baseia-se na coerência, no empenho e na credibilidade. Os jovens podem perdoar muitos erros nossos, mas pedem-nos que sejamos coerentes, credíveis e empenhados em favor dos outros».

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