A Esperança é uma Pessoa. Para nós cristãos, a Esperança tem um nome: Jesus Cristo (1Tim, 1,1).
Diante de tantas situações deste nosso mundo, sentimos como é difícil a esperança centrada apenas nas possibilidades limitadas da humanidade. Como é limitado esperar só por nossa força. Há uma Esperança capaz de vencer as guerras, as incertezas, as crises, as desconfianças: sermos de Cristo. E, portanto, cristãos autênticos. Esperaremos assim contra toda a adversidade, contra todos os medos, contra todas as angústias. Porque em Cristo, vence a felicidade, a segurança, o conforto e a paz. Por nós, esperamos sempre o impossível. Em Jesus, o impossível é real. Deus que se faz homem. Deus que se faz homem para nossa salvação e libertação. Deus que caminha connosco para nos fazer arder cá dentro a certeza da possibilidade de um mundo diferente. Confiante. Feliz. Bom. E como tudo seria diferente se fôssemos, realmente, mais seguidores desta Esperança. Se viver fosse amplitude, largueza, vastidão de amor realizado, como mandamento que recebemos, até aos inimigos. Se fosse motivo de regozijo a capacidade de dar a vida; dar tempo e espaço ao encontro, ao diálogo, à partilha. Se aumentasse mais o nosso contentamento porque damos mais que recebemos. Se fôssemos mais silentes com a desgraça, o infortúnio, o desconcerto de tantas coisas que nada mais são do que um terrível madrugar de insensatez, desgoverno, desrespeito. Se fosse real a bem-aventurança dos últimos (que são primeiros), dos que choram (para que lhes enxuguemos as lágrimas), dos que sofrem (para receberem o nosso conforto), dos que já não sabem o que é o amor (ávidos de amor simples, real, honesto, evangélico, próximo). Onde caminhar juntos dá alívio aos desesperos, consolação aos aflitos, agrado a quem peregrina na esperança. A somar (ou multiplicar) com a alegria do bem, bem feito. Da satisfação pelo esforço que gerou boa notícia. Do gozo de ver crescer. Da vastidão da beleza da humanidade que se faz una. Onde o silêncio não apaga a dor, mas se faz lágrima partilhada. Enlevo de confiança e bondade. A nossa Esperança é Cristo. E Ele, é uma esperança que não desilude. É a Esperança que esperamos em cada Advento e Natal. É a Esperança que queremos renovada no nosso respirar, no nosso andar, no nosso viver. Certo que renovará terra e céus, mares e abismos, montanhas e vales, corações e emoções. Certo que se renovará num novo nascer que nos pede a todos. No regresso à gruta de Belém, onde nasce, para nossa esperança, na simplicidade e singularidade de um Menino. Emanuel. Porque a Esperança tem um nome. O de Cristo. E o meu, o teu, o nosso, se assim quisermos, porque Ele é a Esperança da nossa esperança.
Publicado no Boletim Salesiano n.º 606 de novembro/dezembro de 2024
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