Valor educativo da presença laical: A vocação do Salesiano Leigo

Editorial do Boletim Salesiano n.º 594 de setembro/outubro de 2022

A proclamação da santidade de Artémides Zatti é também uma excelente ocasião para falarmos da vocação do Salesiano Leigo. Conhece esta invenção genial de Dom Bosco? Homens com alta competência profissional e de profunda vivência religiosa que, lado a lado com os sacerdotes, percorrem em comunidade o caminho da perfeição cristã e do apostolado educativo!

Nos inícios, foi o próprio Dom Bosco o primeiro “mestre” das artes e ofícios. Depois, recorreu a especialistas na matéria, assalariados. Mas era difícil encontrar nessas pessoas a desejada combinação de perícia profissional e aptidão moral e educativa. Por isso, à medida que os jovens aprendizes cresciam, envolvidos pelo espírito de família, trabalho, alegria e fé que Dom Bosco criava no Oratório, entre eles não faltaram aqueles que se sentiram decididos a ficar com ele para sempre.

Dom Bosco tinha sempre contado com leigos colaboradores, entre os quais a sua própria mãe, o que lhe permitiu entender o valor educativo da presença laical entre os jovens. Com a vocação do “Salesiano Leigo” ele garantiu a continuidade desse bem nas suas casas, à medida que a Congregação crescia e se estruturava.

Concebeu, então, uma vocação salesiana unitária, aberta aos irmãos que podem optar pelo estado sacerdotal ou pelo estado laical. Salesianos Leigos e Salesianos Padres partilham plenamente a vida fraterna e a missão, como dois polos de uma mesma realidade, com acentuações diferentes e complementares do único carisma.

O Papa Francisco, na carta ao CG28, indicava essa figura como um “antídoto” contra a tendência clericalista e rigorista: “… são expressão da vida de gratuidade que o carisma vos convida a conservar. Antes ainda do que o que fazer, o Salesiano é memória viva de uma presença em que a disponibilidade, a escuta, a alegria e a dedicação são as notas essenciais para suscitar processos”.

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Dom Bosco queria que o Salesiano Leigo, “na subida da montanha sagrada da perfeição, fosse igual a si mesmo e aos seus filhos elevados à dignidade sacerdotal […] Não é o segundo, nem o ajudante, nem o braço direito dos seus irmãos religiosos Sacerdotes, mas o seu igual que em perfeição pode precedê-los e ultrapassá-los, como a experiência quotidiana amplamente confirma”. (D. Rinaldi) Santo Artémides Zatti, rogai por nós!

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