Província é o termo que usamos para nos referirmos a uma divisão geográfica ou agrupamento de obras da Congregação Salesiana. Em Portugal existe uma Província, com sede em Lisboa, que é composta pelas presenças de Portugal continental, Madeira e Cabo Verde.
O nome oficial é Província Portuguesa da Sociedade Salesiana de Santo António de Lisboa. É composta por 10 presenças e a Sede Provincial.
Os Salesianos têm seis escolas no continente, uma na ilha da Madeira e uma em Cabo Verde, na ilha de S. Vicente, frequentadas por cerca de 10.000 alunos. Cerca de 9000 crianças, jovens e adultos frequentam outras atividades, educativas e pastorais, que funcionam em quase todas as presenças. Centenas de crianças e jovens, e suas famílias, usufruem ainda do apoio dos Serviços Sociais Salesianos.
À frente do governo da Província está o Provincial que exerce o seu serviço de animação em união com o Reitor-Mor, com caridade e sentido pastoral. Na animação e governo é ajudado pelo Conselho Provincial, pelo Vigário e pelos Delegados.
Ocupam os cargos de governo da Província Portuguesa da Sociedade Salesiana:
O Pe. Tarcízio António de Castro Morais é o superior da Província Portuguesa da Sociedade Salesiana, entidade que engloba todas as obras salesianas existentes em Portugal e em Cabo Verde. Ler mais.
O Pe. João Chaves nasceu em 1970 em Calvão, Chaves, Vila Real. Foi ordenado sacerdote no ano 2000. Desempenhou várias funções nas casas salesianas de Mogofores, Porto, Mirandela, Estoril e Manique. Foi Delegado Nacional da Pastoral Juvenil e diretor dos Salesianos de Lisboa. Atualmente, é o diretor dos Salesianos dos Estoril. É, desde 2017, Vigário do Provincial.
O Pe. João Ramos nasceu em Santiago da Ribeira de Alhariz, Valpaços, em 1966. Recebeu a ordenação sacerdotal em 1996. Serviu a Província nas casas salesianas de Mirandela, Manique e Porto. Foi nomeado Ecónomo Provincial em 2018.
O Pe. Artur Pereira nasceu em Vale Frechoso, Vila Flor, Bragança, em 1955. Foi ordenado sacerdote em 1983. Foi professor, diretor das comunidades de Lisboa, Manique e Estoril. Também Delegado Nacional para a Pastoral Juvenil e para a Família Salesiana. Entre 2011 e 2017 foi Provincial dos Salesianos em Portugal. É, atualmente, Delegado Nacional para a Família Salesiana.
O Pe. David Teixeira nasceu em 1974 em Macau. Ordenado em 2002, já serviu a Província Portuguesa em várias presenças: Mogofores, Lisboa, Manique, Porto, Funchal. Pertence há vários anos à Equipa Provincial da Pastoral Vocacional. É desde 2020 o responsável e formador da comunidade de Teologia. Atualmente, é o diretor dos Salesianos de Lisboa.
O Pe. José Cordeiro nasceu em 1976 em Brunhoso, Mogadouro. Ordenado sacerdote em 2010, foi diretor das casas de Poiares e do Porto. Foi Coordenador de Pastoral no Porto e em Lisboa.
O Pe. Juan Freitas nasceu em Maiquetia, Venezuela, em 1980. Foi ordenado sacerdote em 2008. Serviu a Província Portuguesa da Sociedade Salesiana em várias presenças: Poiares da Régua, Estoril e Manique. Pertence desde 2017 ao Conselho Provincial. É o Delegado Nacional para a Pastoral Juvenil e pároco de Santo Condestável e de Nossa Senhora dos Prazeres, em Lisboa, desde 2023.
O Pe. Luís Almeida nasceu no Porto em 1986. Foi ordenado sacerdote em 2013. Serviu a Província nas casas salesianas de Mirandela, Poiares da Régua e Lisboa. Atualmente, é o diretor dos Salesianos de Manique.
José Armando Gomes é irmão Leigo. Nasceu em Sobral de Mortágua, em 1944. Professou na Congregação Salesiana em 1961. Serviu a Província nos colégios salesianos de Arouca, Vila do Conde, Izeda, Mogofores e Lisboa. É, atualmente, o Secretário Provincial.
Os salesianos entraram em Portugal em 1894, num dos períodos mais críticos da nossa história. A sociedade portuguesa de fins do século XIX era aos olhos de muitos analistas uma sociedade profundamente abalada aos diversos níveis: religioso, social, cultural, económico e político.
A primeira obra que dirigiram foi o Colégio dos Órfãos de S. Caetano em Braga (1894), seguindo-se as Oficinas de S. José em Lisboa (1896); a Casa de formação de Pinheiro de Cima (Colégio Coração de Jesus) (1897); o Orfanato João Baptista Machado, de Angra do Heroísmo (1903); a Oficina de S. José, de Viana do Castelo (1904); o Orfanato Imaculada Conceição, de Macau (1906); a Escola de Artes e Ofícios, da ilha de Moçambique (1907); dois orfanatos na Índia (Tanjor: 1906 e Meliapor: 1909) e a Oficina de S. José, do Porto (1909).
O desenvolvimento da obra salesiana em Portugal foi bruscamente sufocado pelo golpe revolucionário de 1910, tal como aconteceu a outros institutos religiosos atingidos pelo Decreto-lei de 8 de Outubro.
Seguiu-se um período conturbado em que se assistiu à expulsão dos salesianos estrangeiros, assaltos às casas e intimidações de vária ordem. A situação só veio a regularizar-se a partir de 1920, ano em que reabriram as Oficinas de S. José de Lisboa. O Colégio de S. Caetano de Braga, o Orfanato João Baptista Machado de Angra, a Oficina de S. José de Viana e a Escola de Artes e Ofícios da Ilha de Moçambique não voltaram para as mãos dos salesianos.
Neste período da restauração e reinstalação da obra salesiana em Portugal, reabriram as Oficinas de S. José de Lisboa (1920) e a Oficina de S. José do Porto (1922). Esta última manteve-se sob a orientação salesiana até 1951. A seguir à reabertura das casas de Lisboa e do Porto, os salesianos fundaram ou assumiram a direção de outras obras com características idênticas às dos inícios.
Assim, em 1924, os salesianos entram no Seminário do Sagrado Coração de Jesus em Poiares da Régua; em 1926, fundam o Oratório de S. José de Évora; em 1927, a pedido de D. José da Costa Nunes, Bispo de Macau, vão para Díli (Timor Leste) para orientar uma Escola de Artes e Ofícios; em 1932 abrem o Asilo de Santo António do Estoril, e em 1938 o Instituto Salesiano de Mogofores e assumem a direção da Escola Agrícola de Semide (Miranda do Corvo).
Desde os primórdios até meados do séc. XX os salesianos de Portugal canalizaram quase todas as suas energias para as escolas de artes e ofícios, além da atenção dada aos centros juvenis. Tiveram sempre a preocupação de que o ensino teórico das artes e ofícios fosse acompanhado de forma equilibrada com a correspondente prática oficinal.
A partir da década de 1960 o ensino técnico tradicional começa a sentir uma acentuada queda nos países mais industrializados. Daí até ao seu desaparecimento não passaram muitos anos. Algumas escolas salesianas sofreram então uma mudança profunda: os espaços das antigas oficinas e internatos foram transformados em salas de aula, aumentou significativamente o número de alunos, verificou-se a participação de grande número de leigos na ação educativa.
A vertente profissionalizante continuou, apesar de tudo, no centro educativo de Vila do Conde (de onde os salesianos saíram em 2005), nos Salesianos do Porto (antigo Colégio dos Órfãos do Porto), em S. Vicente (Cabo Verde), em Moçambique (dependente da Província Portuguesa até 2006, hoje Visitadoria de Maria Auxiliadora de Moçambique), e no Colégio Salesiano de Poiares da Régua (até ao seu encerramento em 2018).
Hoje os salesianos em Portugal repartem a sua atividade por escolas, paróquias, um lar para crianças e jovens, centros juvenis, Comunicação Social e Missões.